A cidade de Cuiabá tem testemunhado um aumento notável na presença de moradores de rua, formando aglomerados conhecidos como ‘cracolândias’, especialmente na região central e em áreas periféricas, como Jardim Leblon, Pedregal, Araés e Quilombo. Homens e mulheres são vistos dormindo nas calçadas, revirando lixo em busca de comida e fazendo uso de substâncias entorpecentes a qualquer hora do dia.
De acordo com o último levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), 1 a cada 1000 brasileiros não possui moradia no país. Em Mato Grosso, dados do Cadastro Único (CadÚnico) revelam que 3.051 pessoas vivem nessa condição, sendo 900 delas na capital. Dessas, 450 são acompanhadas pelo projeto “Quero Te Conhecer”, que visa identificar e oferecer suporte a pessoas que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência.
A falta de políticas públicas eficazes é apontada como uma das principais razões para o aumento desse fenômeno social, segundo a Doutora em Sociologia, Patrícia Félix. Ela destaca a necessidade urgente de abordar as condições de pobreza que levam as pessoas a viverem nas ruas. Félix ressalta que Mato Grosso compartilha da mesma realidade de outros estados brasileiros, onde a ausência de políticas abrangentes em saúde, educação, geração de renda e emprego contribui para a persistência do problema.
Diante desse cenário, a estudiosa enfatiza a importância de políticas públicas eficientes que proporcionem assistência e qualidade de vida a essa população. Ela destaca a proposta do “Moradia Primeiro”, um movimento que busca inverter a abordagem convencional, oferecendo moradia como prioridade e, posteriormente, abordando outras necessidades imediatas, como emprego e tratamento médico.
Fonte: Gazeta Digital