Dados recentes do Ministério da Saúde apontam uma preocupante tendência no Brasil: apesar da queda geral nos casos de HIV/aids, há um aumento significativo entre os homens jovens, especialmente na faixa de 25 a 29 anos. Em 2021, este grupo representou 53,3% dos infectados, destacando a necessidade de intensificar esforços de prevenção e educação, principalmente durante campanhas como o Dezembro Vermelho.
Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), salienta a redução no uso de preservativos e o aumento da resistência a tratamentos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A SBU, durante o Dezembro Vermelho, enfoca na conscientização sobre a prevenção do HIV/aids e outras ISTs, destacando a importância de tratamentos efetivos e o uso contínuo de medicações.
O Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde revela que foram registrados 43.403 casos de HIV em 2022, com uma prevalência maior entre homens e na faixa etária de 25 a 39 anos. A estimativa é que cerca de um milhão de brasileiros vivam com HIV atualmente. Em 2022, o Brasil registrou aproximadamente 11 mil mortes devido ao HIV ou aids, sendo que os negros representaram a maioria desses óbitos.
Além do HIV/aids, o país enfrenta um aumento nos casos de sífilis. De acordo com o Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, houve um crescimento nos casos de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita entre 2012 a 2022, com detalhamento por estados e regiões. Esta situação reforça a necessidade de medidas de prevenção e tratamento adequados.
Para combater estas tendências, o Ministério da Saúde planeja distribuir 4 milhões de testes para detecção conjunta do HIV e da sífilis, visando melhorar a detecção e o tratamento dessas doenças. A SBU e outras organizações de saúde reiteram a importância da vacinação, especialmente contra o HPV, e do uso de preservativos como métodos preventivos essenciais.
Este cenário destaca a urgência de ações integradas e contínuas em educação, testagem e tratamento para enfrentar o desafio das ISTs no Brasil. A conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce é fundamental para reduzir a incidência e o impacto dessas doenças na população brasileira.
Peterson Prestes