O ex-governador e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi, expressou sua preocupação sobre a posição do Partido dos Trabalhadores em relação às invasões de terras produtivas durante uma entrevista à CNN Brasil, conduzida pelo empresário Abílio Diniz. Segundo Maggi, essa postura tem afastado o agronegócio do governo, tendo em vista o profundo laço emocional que os produtores mantêm com suas propriedades.
“É um sentimento muito forte para a agricultura. A percepção é que o partido do presidente apoia a reforma agrária e, em alguns casos, até a invasão de propriedades. Essa postura é vista com preocupação e mágoa pelos agricultores”, declarou Maggi.
Outro ponto de tensão identificado por Maggi é a questão do armamento. Apesar de pessoalmente se posicionar contra, ele compreende a necessidade dos produtores de se armarem, dado o isolamento e os riscos associados à vida rural. Ele enfatizou a importância de se ter meios de defesa quando se vive distante das zonas urbanas e de maior segurança.
O ex-ministro também trouxe à discussão as críticas quanto à fiscalização no campo, que ele considera, por vezes, excessivamente rigorosa e até “maldosa”. Ele também citou os desafios ambientais como uma fonte de pressão constante para os agricultores.
Ao contrastar a visão política do presidente Lula e dos agricultores, Maggi observou: “Há uma diferença de valores. Enquanto o presidente defende um conjunto de ideias, os agricultores veem as coisas de uma perspectiva diferente.”
Entretanto, Maggi expressou otimismo quanto à possibilidade de diálogo entre o agronegócio e o governo. Ele destacou o papel do atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, do PSD, como uma figura conciliatória nesse cenário. “Apesar das tensões, ambos os lados estão buscando maneiras de dialogar, e o ministro Fávaro, que tem sua origem em assentamentos e é agricultor, tem se empenhado nesse esforço”, concluiu.
Da Redação