Carlos Alberto Gomes Bezerra, um empresário de 57 anos, teve negado pela Justiça o pedido para cumprir prisão domiciliar devido a problemas de saúde. Ele é acusado de assassinar a servidora do Judiciário, Thays Machado, e seu namorado, Willian César Moreno. Carlos Alberto, que é filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra, está preso na Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, desde fevereiro deste ano.
Alegações da Defesa
Os advogados de Carlos Alberto, conhecido como Carlinhos, sustentam que seu cliente necessita de tratamento médico especializado devido ao seu estado de saúde fragilizado. Ele sofre de diabetes, hipertensão arterial e neuropatia periférica. Além disso, o empresário requer a aplicação regular de insulina, medicamentos controlados e uma dieta balanceada. Sua defesa alega que houve deterioração de seu estado físico e mental desde que entrou no sistema prisional, citando a falta de estrutura adequada para atender às suas necessidades médicas.
Decisão Judicial
Ao negar o pedido, a Juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa ressaltou que Carlinhos já possui essas condições médicas há mais de dez anos, conforme exames médicos incluídos no processo. Ela destacou que, apesar das alegações da defesa sobre a piora em seu quadro de saúde, o acusado é resistente ao tratamento médico prescrito.
Ana Graziela assinalou: “O requerente apresenta resistência ao uso correto de medicamentos e de dieta, o que demonstra que ele está recebendo os medicamentos e dieta adequados; ele apenas se recusa a seguir corretamente o que lhe é prescrito. Portanto, não há que se falar aqui de deficiência estrutural”.
Ela ainda acrescentou que a prisão domiciliar é uma medida reservada para situações excepcionalíssimas e que a defesa não conseguiu comprovar a impossibilidade de assistência médica no estabelecimento prisional.
Detalhes do Caso
Carlos Alberto foi preso na noite de 18 de janeiro após assassinar sua ex-companheira Thays Machado e o namorado dela, Willian Moreno, em Cuiabá. Segundo relatos, ele não aceitava o término do relacionamento e vinha perseguindo Thays há mais de um ano. O crime ocorreu em frente ao edifício Solar Monet, residência da mãe de Thays. Utilizando um Renault Kwid, Carlos Alberto abriu fogo contra as vítimas. Cinco horas após o crime, ele foi capturado na fazenda da família em Campo Verde.
A decisão judicial mantém o empresário em reclusão, aumentando as discussões sobre as condições médicas como critério para prisão domiciliar e ressaltando a gravidade do caso que chocou a comunidade local.