O embate contínuo entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é apontado pelo entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o cerne da crise que afetou as ações da Petrobras nos últimos dias.
A guerra entre as duas autoridades tem sido uma constante desde o início do governo, e esse impasse é atualmente percebido por ministros e assessores próximos de Lula como um fator de instabilidade que poderia prejudicar a imagem do governo.
Entenda a polêmica dos dividendos da Petrobras Após a divulgação do resultado do quarto trimestre de 2023 na última quinta-feira (7), a Petrobras decidiu não distribuir dividendos extraordinários, apesar de possuir recursos suficientes.
Essa decisão provocou uma redução de R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da empresa e gerou uma controvérsia para o governo federal, que é o maior acionista da companhia.
De acordo com fontes do Executivo e da própria Petrobras, a diretoria da estatal, liderada por Prates, vinha planejando reter apenas 50% dos dividendos extraordinários, uma perspectiva que havia sido comunicada ao mercado financeiro.
No entanto, a decisão de reter 100% dos dividendos e distribuir apenas os ordinários foi influenciada pelos conselheiros indicados pelo Ministério de Minas e Energia e pela Casa Civil.
Por esse motivo, o próprio Prates se absteve na votação.
Fontes do Planalto afirmam que Lula já foi alertado sobre a necessidade de resolver o conflito entre o ministro de Minas e Energia e o presidente da estatal, visto que isso poderia ter impactos negativos.
No ano passado, Lula cogitou substituir Prates e, durante discussões com assessores, o nome de Miriam Belchior, número 2 da Casa Civil, foi sugerido. No entanto, o presidente afirmou que não desejava remover Miriam de sua posição na Casa Civil.
Fonte: G1