Um recente episódio envolvendo a exibição de um filme em uma escola pública em Jauru, a 409 km de Cuiabá, tem causado polêmica na cidade. Um professor de Sociologia da Escola Deputado João Evaristo Curvo foi demitido após pais e vereadores reivindicarem sua saída por mostrar um filme que foi categorizado por alguns como “pornográfico” para estudantes do 1º ano do Ensino Médio.
A obra em questão, “A Guerra do Fogo”, possui classificação indicativa de 14 anos. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), o filme “ilustra vividamente a busca ancestral pelo domínio do fogo, elemento fundamental na evolução da humanidade.” Além de abordar temáticas relacionadas à sobrevivência, comunicação, respeito pela natureza, e interações com outras espécies.
O Sintep-MT, em uma nota oficial, expressou sua preocupação com o modo como os pais interpretaram o filme e a subsequente pressão dos vereadores sobre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para demitir o educador. O sindicato argumenta que os envolvidos não compreenderam o “contexto pedagógico” da exibição e destaca a importância da liberdade de cátedra. “É alarmante que essa liberdade tenha sido atacada de maneira tão severa, sem dar ao professor a chance de justificar sua escolha perante a comunidade escolar”, ressalta a nota.
O documento também criticou a ação do secretário de Educação, Alan Porto, que optou por encerrar o contrato temporário do professor. O sindicato declarou: “Repudiamos a SEDUC-MT, com seu Secretário Engenheiro Alan Porto, por práticas antidemocráticas e por desrespeitar a liberdade de cátedra, um direito constitucional fundamental”.
O caso em Jauru serve como lembrete sobre o equilíbrio necessário entre os direitos dos educadores, a interpretação dos pais sobre o conteúdo didático e a responsabilidade das autoridades educacionais em mediar tais situações, garantindo um ambiente de ensino saudável e respeitoso.