Dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que houve uma desaceleração na criação de empregos formais em setembro. Foram abertos 211.764 postos de trabalho com carteira assinada, uma queda de 23,4% se comparado ao mesmo mês do ano anterior, quando 278.023 vagas foram criadas.
Em termos acumulados, nos primeiros nove meses do ano, foram geradas 1.599.918 vagas, um valor 26,6% inferior ao registrado no mesmo período de 2022. Vale destacar que mudanças na metodologia do Caged impossibilitam comparações com dados anteriores a 2020.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manteve a expectativa de criação de 2 milhões de empregos em 2023, embora não descarte a possibilidade de este número ser revisado para 1,9 milhão. Marinho reforçou que os efeitos das medidas de estímulo econômico adotadas pelo governo e as reduções de juros pelo Banco Central podem levar tempo para se refletir na economia real.
Distribuição setorial e regional
Todos os cinco setores pesquisados registraram criação de empregos formais em setembro. O setor de serviços liderou com 98.206 vagas, seguido por comércio (43.465) e indústria (43.214). O setor de construção civil gerou 20.941 empregos, enquanto a agropecuária abriu 5.942 vagas.
Nos serviços, as áreas de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas se destacaram, criando 41.724 postos de trabalho. A indústria de transformação foi o destaque na área industrial, com um saldo positivo de 41.952 empregos.
Regionalmente, o Sudeste liderou com a criação de 82.350 vagas, seguido pelo Nordeste (75.108 vagas) e pelo Sul (22.330 vagas). O estado de São Paulo foi o grande destaque nacional, com a abertura de 47.306 vagas formais, enquanto os menores números foram registrados em Amapá (1.027 vagas), Roraima (763) e Acre (360).
Conclusão
O panorama apresentado pelo Caged reflete a complexidade do atual cenário econômico brasileiro. Embora haja criação de empregos em diversos setores e regiões, a desaceleração em relação ao ano anterior é evidente, levando a questionamentos sobre as próximas tendências e os potenciais impactos das políticas econômicas em vigor.
Peter Paulo