Dengue tipo 3 ressurge em Votuporanga, São Paulo, e acende alerta para potencial epidemia

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Um recente ressurgimento do sorotipo 3 da dengue, confirmado em Votuporanga, interior de São Paulo, tem despertado preocupações entre os especialistas em saúde pública e a população. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), já em maio de 2023, havia divulgado um estudo indicando a reaparição desse sorotipo no Brasil. Agora, com quatro casos confirmados na cidade, as autoridades intensificam as medidas de vigilância e prevenção.

De acordo com o relatório da Fiocruz e declarações de especialistas, os sintomas da dengue tipo 3 são similares aos dos tipos 1 e 2, complicando a identificação e tratamento da doença. Esse fator aumenta o risco de desenvolvimento de formas mais graves da doença, principalmente em indivíduos que já foram infectados pelos tipos 1 ou 2. Este cenário contribui para a possibilidade de superlotação das unidades de saúde e hospitais.

Embora a Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga tenha implementado ações de bloqueio e identificação da circulação do vírus, incluindo a confirmação de três casos adicionais do tipo 3 em mulheres de diferentes idades, a situação permanece em observação. As pacientes, com idades de 5, 31 e 46 anos, estão em casa e passam bem.

O estado de São Paulo, por sua vez, não registrou casos desse tipo da doença em outros municípios, nem óbitos relacionados. O governo estadual, por meio de nota, assegurou que monitora a situação epidemiológica e tem um plano de contingência estabelecido, que é revisado anualmente.

Segundo Kleber Luz, infectologista e coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia, a preocupação reside na similaridade dos sintomas entre os diferentes tipos da doença. Ele destaca que as infecções sequenciais podem levar a quadros clínicos mais graves, aumentando o risco de superlotação das unidades médicas. Em países como México e América Central, onde o tipo 3 está mais presente, houve um aumento no número de mortes devido à dengue.

Além disso, o virologista e pesquisador da Fiocruz, Felipe Naveca, enfatiza a necessidade de vigilância diante da expansão do sorotipo 3 no Brasil. Casos deste tipo foram identificados no primeiro semestre do ano também em Roraima, no Norte do país, evidenciando um padrão de disseminação preocupante.

As autoridades de saúde reforçam a importância das medidas preventivas, como a limpeza de quintais para evitar água parada, locais propícios para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. Ademais, a população é aconselhada a procurar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente e sangramento.

A dengue, com seus quatro sorotipos, continua sendo um desafio para a saúde pública no Brasil, e a emergência do tipo 3 acarreta novas preocupações e demandas por ações efetivas de controle e prevenção​

Por Peterson Prestes 

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