A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aguarda o desenrolar de uma situação tensa, na qual o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União Brasil), líder do governo na Casa, e o suplente e empresário Pedro Satélite, ambos implicados na Operação Rota Final, prestarão depoimento no próximo dia 16 de novembro.
A ação penal, resultante de investigações conduzidas pela Polícia Civil entre 2019 e 2021, visa esclarecer as alegações de fraude em licitações no setor de transporte público municipal. Segundo informações do Ministério Público de Mato Grosso, as oitivas das testemunhas de acusação terão início no dia 14, às 13h30, enquanto os parlamentares e outros réus serão ouvidos dois dias depois, seguindo o mesmo cronograma.
Dilmar Dal Bosco e Pedro Satélite, alvos da terceira fase da operação desencadeada em maio de 2021, são suspeitos de envolvimento num esquema corrupto beneficiando um grupo de empresas de transporte intermunicipal. A denúncia levantada pelo Ministério Público sugere que os políticos teriam facilitado a obstrução de um processo licitatório que buscava a abertura do mercado, em conformidade com a Constituição Federal de 1988, favorecendo empresas que já operavam de forma precária o serviço de transporte intermunicipal.
A acusação vai além e aponta que ambos os políticos teriam patrocinado a criação de uma Comissão Especial de Transportes na Assembleia Legislativa para impedir a participação de novas empresas na licitação, agindo diretamente contra os interesses da livre concorrência e da legalidade constitucional.
A Operação Rota Final, que se focou em delitos como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraudes em licitação, traz à tona questões críticas sobre a integridade dos processos licitatórios e a conduta de figuras públicas no estado. Os depoimentos dos envolvidos poderão fornecer informações significativas para o progresso do caso. A expectativa é que os eventos de novembro contribuam para a justiça e transparência tão necessárias no serviço público.
Da Redação