Rondonópolis viveu uma noite de terça-feira turbulenta (29), com o setor de arrecadação da Prefeitura Municipal sendo incendiado. Três indivíduos foram rapidamente detidos e prestaram depoimento à Polícia Civil sobre suas motivações para o ato extremo.
A Gênese do Descontentamento
O trio alegou que o ato foi um “momento de fúria” desencadeado após terem perdido móveis e eletrodomésticos em um despejo no bairro Jardim Liberdade. Eles afirmaram que a ação da prefeitura foi conduzida sem ordem judicial, o que os levou a cometer o crime como forma de protesto.
Um dos suspeitos, identificado apenas pelas iniciais J.L.S.D., de 28 anos, descreveu como recebeu uma ligação alertando-o sobre a presença de funcionários municipais desmontando abrigos e destruindo bens pessoais no bairro em questão. Ao chegar ao local, ele constatou os danos: casas demolidas e bens pessoais, como móveis e eletrodomésticos, destruídos ou danificados.
Plano e Execução
Segundo relatos policiais, J. e outro suspeito, A.P.S.N., de 36 anos, decidiram confrontar a prefeitura. J. transferiu combustível de uma motoserra para uma garrafa PET e ambos se dirigiram à prefeitura para questionar sobre a possível indenização às famílias afetadas. Se a resposta fosse negativa, eles planejavam atear fogo nos “montes de entulho”.
Chegando lá, conversaram com um funcionário, indagando sobre o despejo e a falta de uma ordem judicial. Segundo os suspeitos, o funcionário informou que a questão deveria ser tratada com o Secretário. Sentindo-se ignorados, os dois optaram pelo ato extremo.
Os Momentos Críticos
Após avisar às pessoas no local para se retirarem, J. ateou fogo em uma mesa usando o combustível que havia levado. A rápida propagação das chamas levou ao acionamento das autoridades. Os suspeitos foram capturados quando se preparavam para se entregar.
Envolvimento de Terceiros
J. negou a participação de um terceiro suspeito, L.S.S.V.V., de 25 anos, afirmando que ele não teve envolvimento no incidente. L. teria ligado para os outros dois após ouvir notícias sobre o incêndio e perguntar o que havia ocorrido.
O caso agora está sob investigação. Se condenados, os suspeitos enfrentarão graves penalidades, incluindo prisão por crime de incêndio criminoso e destruição de propriedade pública.
Para a comunidade de Rondonópolis e para os afetados diretamente, este incidente eleva questões urgentes sobre políticas de despejo, processos judiciais e, sobretudo, a extensão à qual alguns estão dispostos a ir quando se sentem injustiçados.
Peterson Prestes
Assista os vídeos no momento da prisão: