O 1º Relatório Nacional de Demências, a ser publicado até o final deste ano, pode revelar um quadro alarmante na saúde pública brasileira. Estima-se que entre 75% a 95% das pessoas com a Doença de Alzheimer não sejam diagnosticadas, variando de acordo com a região do Brasil.
Encomendado pelo Ministério da Saúde e coordenado pela professora Cleusa Ferrim da Universidade Federal de São Paulo, o relatório sugere que cerca de 2,4 milhões de pessoas podem ser afetadas pela doença. Caracterizada pela perda progressiva de memória, a Doença de Alzheimer afeta principalmente idosos.
Claudia Suemoto, pesquisadora da USP, enfatizou a gravidade da subnotificação no Brasil, chamando atenção para a necessidade de conscientização e combate aos estigmas associados ao Alzheimer.
A campanha “Setembro Roxo”, destinada à conscientização sobre a doença, deste ano destaca a importância da prevenção com o tema “Nunca é cedo demais, nunca é tarde demais”.
Segundo especialistas, a baixa educação é um fator de risco significativo para a doença. Melhorar a qualidade da educação pode diminuir o risco de demência na população. O professor Einstein de Camargos, da Universidade de Brasília, ressaltou que a maior prevenção pode não estar diretamente ligada à área de saúde, mas sim à educação.
Outros fatores de risco identificados incluem tabagismo, diabetes, pressão arterial, isolamento social, depressão, entre outros. Porém, Claudia Suemoto destaca que a adoção de um estilo de vida saudável e melhores condições de vida podem ajudar a reduzir a incidência da doença.
Nas últimas décadas, o diagnóstico da Doença de Alzheimer avançou significativamente. Agora, é possível detectar a presença de proteínas associadas à doença em pessoas vivas. Embora os medicamentos disponíveis atualmente sejam caros e ainda em fase de estudo, eles representam um passo positivo na busca por tratamentos eficazes.
Os especialistas ressaltam que a detecção precoce e o reconhecimento dos sintomas são essenciais. Sintomas como perda de memória, confusão mental e mudanças comportamentais podem ser indicativos da doença. Medidas preventivas, como um sono adequado e atividade física regular, também são cruciais para manter a saúde cerebral.
Peter Paulo