Educadores destacam a frequente abordagem do conflito Israel-Palestina no Enem, ressaltando sua relevância em diversas competências avaliadas no exame.

A complexidade do conflito entre Israel e Hamas, frequentemente em destaque nas manchetes internacionais, foi também tema de várias edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), refletindo a relevância de compreender a geopolítica do Oriente Médio. Em um contexto educacional, a VTNEWS observa como esses exames abordaram a delicada situação na região, uma iniciativa importante para promover o pensamento crítico entre os estudantes.

Para fornecer uma perspectiva abrangente, nossa equipe reuniu questões específicas do Enem que tratam desse assunto. Em uma das provas de 2013, por exemplo, os candidatos foram desafiados a interpretar uma mudança realizada pelo Google em seu sistema de mapeamento – uma alteração que mostrava o termo “Palestina” em vez de “territórios palestinos” quando acessado da Cisjordânia. Esta questão, em particular, pedia aos estudantes que discernissem o motivo por trás dessa mudança, destacando a resposta correta como “reconhecimento de uma autoridade jurídica”.

A VTNEWS conversou com especialistas para explorar a importância desses temas no Enem. José Carlos Martins, professor de História Contemporânea, ressalta que “ao incorporar questões como essa, o Enem não apenas avalia o conhecimento dos estudantes sobre eventos globais, mas também incentiva a análise crítica da geopolítica mundial. O exame desafia os jovens a compreenderem as nuances e as implicações das decisões internacionais, preparando-os para serem cidadãos mais informados e empáticos.”

Acessando o histórico de exames disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), notamos a recorrência de temas geopolíticos tanto nas aplicações regulares quanto no Enem PPL, direcionado para adultos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa. Esse padrão reitera a necessidade de familiarização dos estudantes com conflitos globais, contribuindo para uma formação educacional completa e diversificada.

Considerando o cenário atual, onde o conflito no Oriente Médio continua a evoluir, a VTNEWS enfatiza a importância de recursos educacionais que facilitam a compreensão desse complexo contexto global. Manter-se atualizado sobre esses eventos e compreender sua história e nuances não é apenas uma responsabilidade acadêmica, mas também um dever cívico, essencial para fomentar diálogos construtivos sobre paz e diplomacia no cenário mundial.

As provas na íntegra, assim como as respostas corretas, podem ser acessadas no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A questão do primeiro dia do Enem PPL  os participantes se depararam com uma questão centrada nos eventos históricos no Oriente Médio no intervalo entre as duas Guerras Mundiais. O enunciado destacava dois aspectos principais da época.

O primeiro trecho enfocava a significativa alta na imigração judaica para a Palestina de 1931 a 1935. Durante esses anos, a comunidade judaica viu um aumento notável, saltando de 10% para mais de 30% da população total da região. Esse aumento foi um fenômeno marcante, refletindo as tensões e mudanças demográficas que influenciariam eventos futuros.

O segundo trecho apresentado aos estudantes tratava do papel desempenhado pela Grã-Bretanha na região. Durante esse período, as ações e influências britânicas foram significativas, culminando em movimentos políticos e estratégicos complexos no território.

Frente a essas informações, a questão pedia para os alunos identificarem a principal motivação por trás das ações da Grã-Bretanha no contexto específico mencionado. A resposta certa, conforme indicado no gabarito oficial, era a opção A, que afirmava a “criação de um Estado aliado” como o principal objetivo. Esse aspecto destaca como as potências globais da época estavam ativamente buscando formar alianças e estruturar o cenário geopolítico de acordo com seus interesses.

A inclusão dessa questão no Enem PPL sublinha a importância de entender os intricados eventos históricos que moldaram o presente, especialmente em uma região tão central para as relações internacionais como o Oriente Médio. Para aqueles que desejam explorar mais sobre o tema, o link a seguir oferece recursos adicionais e insights valiosos. [LINK: ]

No segundo dia do Enem PPL do mesmo ano, a prova de espanhol incluiu uma pergunta sobre a primeira maratona na Cisjordânia, destacando que 70% dos participantes eram palestinos. Eles levantaram um slogan e fizeram faixas. A questão 91 pedia aos alunos para identificar a principal demanda dos corredores, sendo a resposta correta a opção E: “liberdade de ir e vir e de praticar esportes”.

Na prova de inglês de 2017, um excerto de um guia turístico de Israel discutia aspectos culturais, religiosos e as diferenças políticas entre os cidadãos. A questão 01 indagava o propósito do guia, e a resposta acertada, letra E, indicava que o texto “destacava elementos centrais da cultura israelense para manter o interesse de visitantes internacionais.”

Na prova do Enem regular de 2018, uma questão destacava que, a partir de 1967, a esquerda sionista queria que Israel abandonasse Cisjordânia e Faixa de Gaza, motivada pela alta taxa de natalidade árabe. A pergunta 62 questionava sobre a inquietação expressa no texto, e a opção correta, letra B, referia-se à “procura por supremacia étnica no território nacional”.

No Enem PPL de 2019, dois mapas ilustravam a evolução geopolítica da Palestina e do Estado Judeu de 1947 a 2013. A questão 57 indagava sobre o objetivo das partes em conflito durante esses anos, sendo a resposta correta, letra A, “assegurar o domínio territorial”.

Rafael Duarte, docente de história do Colégio Mopi, no Rio de Janeiro, explica que a temática é popular devido à sua capacidade de avaliar diversas habilidades exigidas, incluindo interpretação de mapas e compreensão de aspectos sociopolíticos. Da mesma forma, Patrícia Mesquita, diretora da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Escritor Paulo Cavalcanti e docente em Paulista (PE), reitera a importância do tema nos conflitos globais e sugere que os alunos revisem exames antigos para melhor preparação.

Paralelamente, a escalada recente da violência entre Israel e Hamas captura a atenção mundial, tendo suas raízes na longa disputa territorial na região, marcada por ciclos de guerra e deslocamentos. O cenário atual reforça a necessidade de compreensão aprofundada dessas questões pelos estudantes.

O Enem 2023, agendado para 5 e 12 de novembro, oferece aos participantes diversas oportunidades no ensino superior, seja através do Sisu, ProUni, Fies ou mesmo em instituições estrangeiras parceiras do Inep.

Peterson Prestes