O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) acionou sua correligionária, a deputada estadual Janaina Riva, por declarações dadas por ela na sessão da Assembleia que ratificou a intervenção estadual na Saúde de Cuiabá, na semana passada.
A ação foi distribuída ao desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça.
Durante seu discurso, Janaina – que era amiga de Emanuel e rompeu com ele em meados de 2020 – afirmou que havia alertado o prefeito sobre supostos crimes e avisado do risco de prisão.
“Eu era amiga dele e avisei: ‘Você vai sair preso. Você vai ser afastado’. Mas ele fica rodeado de puxa-sacos que ficam vendendo o dia inteiro que ‘está tudo bem’. Ele vai ver onde estarão os puxa-sacos quando ele for para cadeia”, disse ela.
“Eu já vivenciei isso dentro da minha casa. Na hora de roubar, tem quem ajuda. Mas na hora de pagar, vai pagar sozinho e não vai poder reclamar que estava desavisado”, completou, relembrando o caso do pai, o ex-deputado estadual José Riva, que foi preso em 2015 acusado de esquemas de corrupção na Assembleia. À época, foi considerado o político “mais ficha suja” do Brasil.
Na ação o prefeito pede que Janaina comprove as acusações, sob pena dela responder por calúnia, difamação ou injúria. Pinheiro ainda questiona quais crimes ele cometeu, além de como e quando foram praticados.
Ele pede também que a deputada aponte para onde o suposto valor desviado foi enviado, comprovando se houve a participação de outras pessoas e quem seriam.
Intervenção na saúde
No último dia 9, o Tribunal de Justiça determinou a intervenção estadual na Saúde de Cuiabá, que vive uma de suas maiores crises. Sob a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro, a Pasta vem sendo alvo de denúncias, operações, investigações e escândalos.
A maioria dos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça decidiu pela retomada. Ao todo, foram nove votos favoráveis e quatro contrários.
Conforme o voto do relator, o desembargador Orlando Perri, a intervenção do Estado terá três meses de duração.
A decisão ainda diz que o interventor deverá ainda apresentar, no prazo de 15 dias, um plano de intervenção “com os nomes dos co-interventores [se for o caso] –, contendo as medidas que adotará, bem como apresentar relatórios quinzenais sobre as providências tomadas”.
Durante a sessão, Perri alertou para o caos vivenciado por mato-grossenses que necessitam dos serviços na Capital.
“A história irá julgar os julgadores da intervenção. […] Não conhecemos as agruras do povo cuiabano, que estão morrendo como baratas”, disse.
Midia News