O empresário Douglas Castro, preso em flagrante durante a quarta fase da Operação Curare em abril deste ano, chorou em seu depoimento, pouco antes de ser solto pela Justiça Federal, no dia 23 de abril. No depoimento, ele disse estar “arrodeado de bandidos” e disse temer vizinhos de cela.
Douglas foi preso durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, quando ele quebrou o celular ao perceber a chegada da Polícia Federal. O empresário disse à Justiça que quebrou o celular por “problemas extraconjugais” com sua esposa.
Castro havia sido alvo da Polícia Federal em outra fase da mesma operação, que investiga corrupção na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).
A quarta fase investiga o desvio de R$ 3 milhões e também possível lavagem do dinheiro, que teria bancado, em parte, a compra de um avião pelos suspeitos.
“Eu vim parar nessa situação aqui, eu deixo bem claro para o senhor, eu não sou bandido, mas aqui eu estou arrodeado de criminoso perigoso aqui, eu não consigo dormir, eu estou doido aqui dentro, estou apavorado”, afirmou o empresário em depoimento. Veja o vídeo:
Durante o depoimento, Douglas também narrou o momento em que quebrou o celular ao perceber a chegada da PF. Imagens obtidas pela polícia mostram o momento do ocorrido.
A alegação de Douglas para a explicar a destruição de uma possível prova seria a possibilidade de imagens “íntimas” vazarem com a apreensão do aparelho.
“O meu casamento não estava bom, tanto é que eu estava lá passando o feriado com meus filhos, justamente um dos motivos do meu casamento estar ruim é o celular”, afirmou. “Em um ato de desespero, por questão extraconjugal, pode acontecer de vazar mensagens, fotos íntimas, eu acabei quebrando o celular, e isso ocasionou essa situação toda que eu estou aqui agora”, afirmou o empresário. Veja o vídeo:
Além de Douglas Castro, que é dono da VIP Serviços Médicos, o ex-secretário-adjunto de Saúde Milton Correa da Costa Neto também foi alvo de buscas da PF em abril. O avião seria de Milton e caiu no Pantanal em um acidente aéreo em agosto de 2021 vitimando o médico George Melo.
As buscas da quarta fase foram realizada pela PF em 20 de abril. O empresário afirmou que “no momento que ouviu os policiais federais anunciando a presença se assustou, razão pela qual resolveu quebrar o aparelho de telefone celular”.
Douglas Castro explicou ao delegado da PF Carlos Alberto Claudiano Filho que seu casamento “já não anda bem e o motivo para isso é o aparelho celular”. Ele disse que “se desesperou com medo de vazar para sua esposa alguma conversa com outras mulheres e realizou a quebra do aparelho celular”. O casal estaria em tentativa de reconciliação.
Fingiu ter perdido o celular
Segundo a PF, Douglas Castro fingiu ter perdido o celular após a chegada dos agentes. A esposa do suspeito teria demorado para abrir o portão durante o cumprimento do mandado, ocasião em que a PF insistiu para entrar na casa.
Com a chegada dos policiais, Douglas disse não saber onde ter deixado o celular. Os policiais tiveram que retirar até mesmo o vaso sanitário, diante da suspeito de que o aparelho estava lá.
Os policiais viram que havia sistema de câmeras na casa e o responsável pelo monitoramento foi chamado. O funcionário mostrou as imagens e os agentes viram a movimentação do empresário para quebrar o telefone.
“Que ao verificar as imagens percebeu-se claramente que nesse momento o preso quebrou o aparelho celular no batente de uma porta, terminando de fazê-lo em sua perna; Que após isso, o preso entrou no banheiro e provavelmente dispensou o aparelho quebrado pela privada”, diz o depoimento de um dos agentes da PF.
Midia Jur