A crise na saúde pública de Mato Grosso se aprofundou com revelações de que a MedClin Serviços Médicos Ltda, já envolvida em desvios de recursos na gestão da saúde em Sinop, tentou sabotar a intervenção do Governo do Estado na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. A empresa, de propriedade do médico e delator do esquema, Luiz Vagner Silveira Golembiouski, foi acusada de enviar menos profissionais do que o estipulado em contrato e permitir que médicos abandonassem plantões.
Diante dos boicotes, a interventora estadual, Daniella Carmona, tomou medidas drásticas em março, convocando aprovados em concurso público para garantir o atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão e outras instalações de saúde. O contrato com a MedClin foi oficialmente encerrado em 31 de março de 2023.
O cenário se complicou com a Operação Cartão-Postal, deflagrada em 19 de outubro, que expôs a continuidade de práticas corruptas pelo ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues. Documentos da operação mostram Rodrigues, já afastado do cargo, impondo ordens na Secretaria, influenciando decisões de seu substituto, Guilherme Salomão.
Em um episódio relatado, Luiz Vagner enfrentou problemas com um contrato e buscou a intervenção de Célio, que intercedeu diretamente, mostrando o nível de controle que ainda exercia sobre as operações da Secretaria. Essas ações culminaram na prisão de Célio, já sua terceira, durante a operação. Ele foi posteriormente liberado sob monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Esse escândalo sublinha uma crise profunda na gestão da saúde em Mato Grosso, expondo corrupção e má conduta que não só drenam recursos valiosos mas também sabotam esforços para melhorar o sistema de saúde. A situação enfatiza a necessidade de maior transparência, supervisão rigorosa e responsabilização para proteger o bem-estar dos cidadãos e a integridade dos serviços públicos.
Da Redação
