“Escândalo na Saúde: Operação Cartão-Postal desmantela megaesquema de corrupção e prende figuras de alto escalão em Sinop”

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Na manhã de quinta-feira (19), a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), parte da Polícia Civil, iniciou a Operação Cartão-Postal. O foco está em uma rede criminosa que, desde junho de 2022, infiltrou-se na gestão da saúde em Sinop, uma cidade a 499 km ao norte de Cuiabá. Investigações sobre contratos suspeitos revelaram um valor agregado superior a R$ 87 milhões.

O Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá emitiu mandados judiciais contra 34 pessoas. Entre elas, destacam-se figuras proeminentes como Célio Rodrigues, ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá; Hugo Castilho, advogado e associado de Célio; e o procurador municipal, Ivan Schneider.

Trinta e dois mandados de busca e apreensão estão sendo executados em Sinop, Cuiabá, Várzea Grande, São Paulo, Praia Grande e São Vicente. Além disso, a operação inclui seis prisões preventivas, um monitoramento eletrônico e diversas outras restrições, impactando 13 indivíduos com medidas que incluem a proibição de deixar a comarca, a obrigação de entregar passaportes e a necessidade de comparecimento regular perante a justiça.

As medidas judiciais também abrangem o congelamento de fundos bancários e a apreensão de propriedades, visando a recuperação de cerca de R$ 87.419.285,01 dos cofres públicos. Esse valor corresponde ao total envolvido em três contratos firmados entre a cidade de Sinop e a entidade responsável pela administração da saúde local.

Em resposta à crise, a justiça ordenou que a administração municipal reassumisse o controle direto dos serviços de saúde, substituindo temporariamente a organização que anteriormente gerenciava esses serviços de forma terceirizada. O município também foi instruído a considerar a anulação do contrato com a entidade em questão, devendo fornecer um relatório detalhado das irregularidades identificadas.

Para garantir a continuidade dos serviços de saúde, foi autorizada a utilização de R$ 1.798.790,20, anteriormente depositados como garantia em um contrato, para financiamento da saúde pública. Todos os pagamentos pendentes à entidade sob investigação foram suspensos.

Além disso, provas e documentos relacionados aos contratos estão sendo compartilhados com o Tribunal de Contas do Estado para uma auditoria completa. Devido à complexidade do caso, a investigação foi dividida em três inquéritos distintos.

Durante os seis meses de investigação, a operação utilizou extensas técnicas de coleta de dados, análise documental e identificação de suspeitos, revelando uma organização criminosa supostamente bem organizada e especializada em fraudes ligadas à gestão da saúde.

A operação está sendo conduzida pela Deccor, com suporte de várias outras delegacias e unidades especializadas, e conta também com o apoio de equipes da Polícia Civil de São Paulo e membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para garantir a transparência e a legalidade durante os cumprimentos dos mandados.

 

Da Assessoria

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