Renato Cardoso Lima Scheffer, filho de Eraí Maggi Scheffer, conhecido bilionário do agronegócio brasileiro, move um processo na Justiça do Mato Grosso alegando que seu pai estaria antecipando a herança dos outros três filhos. Eraí, também chamado de Rei da Soja, enfrenta a ação judicial movida por Renato, nascido fora do casamento em 1990. Embora Eraí tenha reconhecido a paternidade em 2020, o filho agora teme que a distribuição dos bens esteja sendo adiantada em favor dos irmãos.
A ação, protocolada em dezembro, solicita uma perícia contábil, econômica e financeira para analisar a evolução patrimonial de Eraí e dos outros envolvidos nos últimos 35 anos. Caso autorizada, a produção de provas examinará minuciosamente a contabilidade do Grupo Bom Futuro, conglomerado empresarial que administra extensas áreas de cultivo de soja e algodão, além da criação de gado.
No centro do processo estão Eraí, a esposa Marilene Trento Scheffer, os filhos Kleverson, Kleidimara e Antonio, e a holding EMK2A, responsável pela gestão do patrimônio familiar. Renato alega que Eraí, ao transferir bens para os filhos, está esvaziando gradualmente seu patrimônio, antecipando, assim, a herança.
A defesa de Renato argumenta que Eraí já tinha conhecimento da existência do filho desde a relação extraconjugal ocorrida em 1989, quando Renato nasceu. Embora o reconhecimento de paternidade tenha ocorrido em 2020, Renato afirma ter recebido auxílio financeiro ao longo dos anos. O processo destaca transferências de propriedades rurais e participações em empresas familiares a partir de 2008, sugerindo doações em vida aos outros filhos.
A holding EMK2A, criada em 2013, tem Eraí e os três filhos como sócios. Alterações contratuais recentes revelaram transferências significativas de cotas aos filhos, levantando questionamentos sobre a legalidade dessas transações.
A legislação brasileira estabelece que metade do valor da herança seja dividida entre os herdeiros necessários, incluindo descendentes. O Grupo Bom Futuro, liderado por Eraí, é um player proeminente no agronegócio brasileiro, com uma produção expressiva de soja, algodão, gado, e diversos empreendimentos, como hidrelétricas e usinas fotovoltaicas.
Eraí Maggi Scheffer, além de sua notoriedade no agronegócio, também exerce influência política significativa, sendo apontado como padrinho da indicação do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e mantendo relações com figuras políticas importantes.
Fonte: MidiaNews