A Procuradoria-Geral da República (PGR) lançou acusações graves contra Domingos e Chiquinho Brazão, indicando-os como os mandantes do assassinato de Marielle Franco (PSOL) em fevereiro de 2018. Segundo a PGR, o objetivo era interromper as atividades da vereadora que prejudicavam os interesses dos irmãos e também intimidar a atuação do PSOL.
A denúncia da PGR inclui não apenas os irmãos Brazão, mas também outros três indivíduos: dois policiais envolvidos com a dupla e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. A investigação concluiu que Marielle representava um obstáculo para os interesses econômicos dos Brazão, especialmente em questões como nomeações para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e regularização de áreas habitacionais em regiões controladas por milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os irmãos Brazão, por meio de Chiquinho, então vereador, implementavam políticas habitacionais controversas nessas áreas, e Marielle emergiu como uma opositora ativa. Suas ações em favor da regularização de imóveis construídos ilegalmente, destinados a pessoas de baixa renda e não a grileiros, desagradaram profundamente os Brazão.
A PGR destaca que a decisão de eliminar Marielle foi motivada pelas divergências sobre políticas urbanísticas e habitacionais, tornando-a um símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. A partir do monitoramento das atividades da vereadora, os Brazão planejaram sua execução para desencorajar a oposição aos seus interesses econômicos e intimidar o PSOL.
Além dos Brazão, a PGR denunciou Rivaldo Barbosa por sua suposta participação intelectual no crime, orientando que o assassinato ocorresse em locais que não envolvessem a Câmara dos Vereadores, a fim de evitar uma investigação federal.
Diante dessas acusações, os denunciados se manifestaram por meio de suas defesas, contestando as narrativas apresentadas pela PGR e destacando a falta de acesso às provas que sustentam as acusações.
Fonte: G1