O embate diplomático entre Israel e o Brasil atingiu um novo patamar após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazer comentários controversos comparando as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. Em resposta, o governo israelense anunciou que Lula foi declarado como “persona non grata”, uma medida drástica nas relações internacionais que indica que a pessoa não é bem-vinda no país. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, deixou claro que essa designação só será retirada se Lula pedir desculpas e se retratar publicamente de suas declarações.
Essa decisão veio logo após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmar que convocaria o embaixador brasileiro para uma reunião de repreensão devido aos comentários de Lula. Netanyahu destacou que as declarações do ex-presidente brasileiro banalizam o Holocausto, um dos eventos mais sombrios da história, onde cerca de seis milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
O termo “persona non grata” é um instrumento diplomático utilizado para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo no país em questão. Esta medida é uma resposta enérgica por parte de Israel às declarações consideradas ofensivas de Lula, que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza aos horrores do Holocausto.
Os comentários de Lula foram feitos durante uma entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde ele participou da 37ª Cúpula da União Africana e teve reuniões bilaterais com líderes africanos. Ele classificou as operações de Israel em Gaza como “genocídio” e “chacina”, comparando-as diretamente às atrocidades cometidas por Adolf Hitler contra os judeus durante o Holocausto.
O embate entre Brasil e Israel não se limita apenas a questões diplomáticas, mas também envolve implicações políticas e históricas profundas. O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a declaração de “persona non grata” de Lula por Israel, mas é esperado que o assunto gere debates e repercussões nos próximos dias.
Enquanto isso, a Polícia Civil de Israel está conduzindo investigações sobre a dinâmica do acidente diplomático, que coloca em xeque as relações entre os dois países e levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão em meio a questões sensíveis como o conflito israelo-palestino e as memórias do Holocausto.
Fonte: G1