Claudecy Oliveira, fazendeiro acusado de desmatar ilegalmente uma vasta área de mais de 81 mil hectares no Pantanal, utilizando 25 tipos de agrotóxicos, teve seus bens bloqueados em R$ 2,8 bilhões por decisão do juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente, Antônio Horácio da Silva Neto. A liminar foi concedida em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral do Estado.
O desmatamento ocorreu em 11 propriedades rurais no município de Barão de Melgaço, integralmente situadas no Pantanal. Segundo a Polícia Civil, a ação resultou na morte de várias espécies arbóreas devido ao uso irregular e constante de agrotóxicos, visando a limpeza da vegetação nativa, conhecida como “desmate químico”.
Para garantir a reparação dos danos ambientais, a Procuradoria-Geral do Estado ajuizou uma medida cautelar fiscal, solicitando a indisponibilidade dos bens e imóveis do fazendeiro. A decisão do juiz determinou o bloqueio total no valor de R$ 2.882.092.186,50, além do arresto dos ativos financeiros do empresário e a suspensão de transações de valores mobiliários negociados em bolsa, bem como de transferências de veículos e propriedades por instituições oficiais.
A investigação, iniciada em 2022 pela Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), recebeu o nome de “Operação Cordilheira” após denúncias de uso ilegal de agrotóxicos na região pantaneira. A aplicação dos produtos tóxicos, realizada por via aérea, agravou ainda mais a situação, uma vez que as substâncias químicas podem contaminar não apenas a fauna e flora, mas também os recursos hídricos.
O fazendeiro foi multado em mais de R$ 2,8 bilhões, configurando a maior sanção administrativa já registrada pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT). A operação contou com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT).
fonte: Baixada Cuiabana