O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou revogar a prisão preventiva de Thiago Henrique de Oliveira, alvo da Operação Gênesis, deflagrada em março pela Polícia Civil. A decisão é desta quinta-feira (25).
A operação desarticulou um grupo residente em Cuiabá acusado de aplicar golpes virtuais em todo o País, entre eles o do perfil falso de Whatsapp e do falso intermediador de vendas. Os prejuízos causados às vítimas chegariam a R$ 1 milhão.
De acordo com as investigações, Thiago seria um dos integrantes do grupo responsável pela compra de contas bancárias de terceiros para o recebimento dos valores oriundos dos golpes.
Conforme as investigações, o grupo comprava as contas bancárias por R$ 200.
Ainda segundo as investigações, após a abertura das contas, Thiago passava a administrá-las, instalando os aplicativos dos bancos em seu aparelho telefônico.
Depois, ainda conforme o que foi apurado, passava a utilizá-las para receber o dinheiro advindo das atividades ilícitas e, posteriormente, transferindo-os para os demais integrantes de seu grupo.
Na decisão, o juiz justificou a manutenção da prisão na garantia da ordem pública e cessão das atividades criminosas.
“Entendo que não há elementos que justifiquem o deferimento do pleito por estarem presentes os fundamentos da custódia cautelar anteriormente decretada, a qual bem delineou a necessidade da cessação da atividade criminosa perpetrada pelos denunciados e os riscos que a liberdade destes acarreta à garantia da ordem pública”, escreveu o juiz.
“Logo, todo este quadro impõe a necessidade da cessação das atividades criminosas perpetradas pelos representados, mostrando-se necessária a prisão para garantia da ordem pública pela probabilidade do cometimento de novas infrações, gravidade concreta do crime e envolvimento com o crime organizado”, acrescentou.
Na mesma decisão, o magistrado determinou a retirada da tornozeleira eletrônica de Emili Jesus Borges, Ana Karoliny de Oliveira Canavarros e Rennan Weslley Vieira Rocha da Silva, acusados de vender suas contas para o grupo criminoso.
A operação
No total, a Gênesis cumpriu 97 ordens judiciais, entre prisões, apreensões e bloqueio de valores e sequestro de bens dos investigados.
Recentemente, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou 32 pessoas rés. Eles são acusados de crimes de constituir organização criminosa para aplicar golpes virtuais e lavagem de dinheiro.
As investigações apontanram uma nítida divisão de tarefas entre os membros da organização, com as seguintes funções:
• Suspeitos que “vendem/alugam” a própria conta bancária;
• Sacadores;
• Agenciador/captador de contas;
• Suspeitos que aplicam o golpe (finalizador);
• Suspeitos que fazem postagens nas plataformas digitais;
• Suspeitos que cobram a “taxa” para uma facção criminosa
O grupo, conforme as investigações, fez vítimas em, ao menos, 13 estados brasileiros: Roraima, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.
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