O cenário político de Cuiabá vem se aquecendo nos últimos dias. O vice-prefeito José Roberto Stopa (PV) contestou declarações recentes do deputado Lúdio Cabral (PT), que tentou ligar Stopa à gestão atual de Emanuel Pinheiro (MDB), apontando-o como uma provável continuação na próxima eleição para prefeito.
Em resposta, Stopa não poupou palavras. Lembrando o público que, em 2012, Lúdio contou com o suporte do ex-governador Silval Barbosa em sua tentativa de se eleger prefeito de Cuiabá. Essa mesma aliança foi vista novamente em 2014, quando Lúdio tentou o governo do estado. A ironia? Em 2017, Silval tornou-se delator, admitindo vários atos ilícitos durante sua administração, e reembolsando a quantia de R$ 72 milhões ao erário público.
Durante sua entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, Stopa questionou a moral do deputado, insinuando que o petista também estava longe de ser um santo no cenário político. “A gente tem que parar com essa conversa de ser puritano”, ressaltou Stopa, aludindo à aliança de Lúdio com Silval Barbosa, controversamente conhecido.
Os dois políticos, Stopa e Lúdio, figuram como pré-candidatos à Prefeitura de Cuiabá no próximo ano, representando a Federação Brasil da Esperança (composta por PT, PV e PCdoB). Pela atual legislação eleitoral, essa coalizão está comprometida a permanecer unida até 2026.
Entretanto, divergências internas são evidentes. O PT local já se manifestou como opositor ao grupo de Emanuel Pinheiro, do qual Stopa é associado.
Sobre as especulações de que Emanuel Pinheiro poderia manobrar internamente para que Stopa fosse o candidato escolhido pela federação, Stopa desviou o assunto. Porém, ele assegurou que, apesar de ser aliado do atual prefeito, não é dominado por ele. A independência e as divergências entre ambos, segundo Stopa, são um testemunho do valor da democracia.
Uma estratégia cogitada para contornar os impasses é Stopa migrar de partido, buscando uma sigla que o receba como candidato de fato.
Ainda na entrevista, o vice-prefeito de Cuiabá se mostrou crítico à atual configuração federativa. Comparou a situação a um casamento tradicionalista, onde as decisões são tomadas sem consulta às partes diretamente envolvidas. Esta federação, conforme Stopa, foi uma estratégia das lideranças nacionais em 2022, visando fortalecer o apoio à candidatura do presidente Lula (PT). Stopa deixou claro sua insatisfação com essa “imposição”, sinalizando que o debate dentro da federação ainda tem muito a avançar.
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