Em uma discussão em São Paulo, Marina Silva, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, salientou a necessidade de superar simplesmente a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e de se embarcar em uma jornada de transformação profunda. Esta transformação busca evitar um ponto de “não retorno”, onde os ecossistemas florestais não teriam capacidade de recuperação ou regeneração.
Durante sua fala no fórum da Virada Sustentável, a ministra apontou que sem uma mudança genuína na produção, consumo e nas relações humanas, o mundo estaria direcionando “mísseis” contra sua própria população. Citando o impacto catastrófico das chuvas no Vale do Taquari e em São Sebastião, Silva descreveu os eventos extremos como consequência da “guerra contra a vida” imposta pelo atual modelo de desenvolvimento humano.
Na Cúpula da Ambição Climática da ONU em Nova York, a ministra já havia anunciado o compromisso do Brasil de revisitar e ajustar suas metas climáticas. O país pretende alcançar uma redução de 48% nas emissões até 2025 e de 53% até 2030. Esses alvos ambiciosos exigirão uma série de medidas de mitigação e adaptação, que serão conduzidas por vários grupos de trabalho estabelecidos pelo governo.
Silva também enfatizou a necessidade de justiça climática, onde os países em desenvolvimento e de renda média baixa recebem suporte adequado para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.
Ao comentar sobre o calor extremo recente em várias regiões do Brasil, a ministra atribuiu essa condição tanto ao fenômeno natural El Niño quanto às consequências amplificadas das mudanças climáticas. Enquanto o governo atualmente foca em respostas emergenciais, Marina Silva disse que já estão em andamento esforços para construir um plano abrangente de prevenção contra eventos extremos futuros.
Peter Paulo