A expectativa para o mercado de trabalho em 2024 é de uma desaceleração, apesar da trajetória positiva observada nos últimos anos. O Brasil encerrou 2023 com uma taxa de desemprego de 7,4%, o menor índice desde 2014. No entanto, os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o primeiro mês deste ano indicam uma estabilidade, com a taxa se mantendo em 7,6% em relação ao trimestre anterior.
Para quem busca oportunidades de emprego, espera-se um cenário com menos vagas disponíveis e salários estagnados. Especialistas apontam que fatores estruturais contribuem para um mercado de trabalho mais restrito, desde mudanças demográficas até a desaceleração econômica no país.
O mercado de trabalho brasileiro perdeu ritmo de recuperação ao longo de 2023, mesmo após a forte retomada pós-pandemia, quando muitas empresas fecharam vagas para reduzir custos. Em 2023, foram gerados 1,48 milhão de empregos com carteira assinada, uma queda de 26,3% em relação ao ano anterior, quando o número ultrapassou os 2 milhões de postos de trabalho.
A desaceleração também é percebida nos rendimentos dos trabalhadores, com uma queda no ritmo de crescimento dos salários, especialmente a partir do segundo semestre do ano passado. O país vive um momento de normalização econômica, com uma estrutura demográfica que cresce mais lentamente do que o previsto, e uma taxa de participação na força de trabalho ainda abaixo dos níveis pré-pandemia.
Fatores como a política monetária do Banco Central do Brasil também influenciam no cenário. Apesar do início do ciclo de cortes de juros, os efeitos dessa medida normalmente demoram a ser percebidos. Empresários enfrentam dificuldades de acesso ao crédito e taxas ainda elevadas, o que inibe investimentos e novas contratações.
A mudança no perfil dos trabalhadores também afeta a tendência dos salários, com um aumento da informalidade e menos poder de barganha no mercado de trabalho. O crescimento dos salários deve ser mais moderado em 2024, com uma intensidade menor do que nos últimos anos.
Em resumo, o mercado de trabalho brasileiro continua evoluindo positivamente, porém de forma mais comedida, tanto em relação à criação de vagas quanto aos salários.
Fonte: G1