Uma reportagem publicada no site RD News aponta que o Ministério Público Estadual (MPE) investiga a vereadora Edna Sampaio (PT) por um suposto esquema conhecido como “rachadinha” – quando um político exige que seus servidores repassem a ele parte do salário ou verbas recebidas – de uma ex-servidora que trabalhava em seu gabinete.
Em transmissão ao vivo feita pelo Instagram, Edna diz que a reportagem é mentirosa e criticou por não ter sido ouvida.
Conforme reportagem assinada pelo jornalista Romilson Dourado, na manhã desta quarta-feira (3), Edna teria recebido um total de R$ 20 mil, em quatro transferências de R$ 5 mil via Pix.
O dinheiro pertenceria a sua ex-chefe de Gabinete, Laura Natasha Oliveira Abreu, como parte da verba indenizatória.
Comprovantes bancários contidos na reportagem, além de áudios e conversas de WhatsApp, mostram que esse montante foi repassado gradualmente à parlamentar por Laura – exonerada em fevereiro deste ano, mesmo estando grávida – entre setembro e dezembro do ano passado.
A reportagem mostrou conversas de WhatsApp nas quais o marido de Edna e ex-presidente do PT em Mato Grosso, Willian Sampaio, cobrava Laura sobre a devolução da VI recebida por ela.
De acordo com as conversas arroladas na matéria, Laura sempre sinalizava positivamente e confirmava a transferência da verba recebida para a conta da vereadora, enviando o comprovante do depósito ao marido de Edna.
Outro lado
Em transmissão ao vivo feita nas redes sociais, Edna afirmou que foi surpreendida com a reportagem do RD News e apontou que a verba indenizatória da vereadora e da chefe de gabinete não fazem parte da remuneração/salário dos dois cargos.
“Por essa razão, o nosso mandato adota uma sistemática, desde o princípio, de fazer o depósito numa conta única. Era importante fazer uma conta separada. Essa conta é derivada da minha conta do Banco do Brasil para que ela não se mistura com as minhas despesas pessoais. Então, é uma conta que tem a assinatura da vereadora e também da chefe de gabinete”, explica.
A vereadora disse que as duas verbas indenizatórias são para financiar as atividades do seu mandato e que são prestados contas dos gastos, que são feitos de forma privadas por Edna e depois indenizadas a parlamentar.
A petista aponta que as denúncias, como a publicada pelo RD News, fazem parte de um ataque político depois de um grupo do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que irão disputar, com candidatura própria, nas eleições de 2024.
Atualização às 11h40 – A assessoria de imprensa da vereadora Edna Sampaio (PT) divulgou a seguinte nota à imprensa:
NOTA À SOCIEDADE
Em favor da verdade
AQUI NÃO TEM RACHADINHA!
1. Nós, chefe de gabinete e assessores parlamentares da Vereadora Edna Sampaio, queremos dizer em alto e bom som: aqui não! Aqui não tem rachadinha! O nosso salário é nosso e nunca nenhum centavo de nosso salário foi destinado a despesa pessoal da Vereadora.
2. Mente quem acusa, de má-fé, a Vereadora! Somos testemunhas de que tanto a Verba Indenizatória da Vereadora como a Verba Indenizatória da Chefe de Gabinete são utilizadas exclusivamente com as despesas do mandato.
3. Ficamos revoltados e repudiamos com veemência a matéria sensacionalista do site RDNEWS, feita sem ouvir ninguém de nossa parte e com a clara finalidade de atacar a honra da Vereadora, da sua equipe e do próprio mandato, que é feito por pessoas que acreditam na política como lugar da honestidade e instrumento para a busca da justiça social.
4. Essa denúncia falsa e montada vem na esteira do posicionamento político do PT de Cuiabá com críticas duras à gestão do Governo Municipal, e que também assegurou candidatura própria do partido ao Alencastro.
5. Essa é mais uma tentativa de represália à Vereadora que incomoda, por suas palavras, por sua coragem, e pelo seu posicionamento político, que não agrada aqueles que fazem de seus cargos públicos meio de perpetuação no poder e enriquecimento ilícito.
6. Continuaremos a fazer política, sem medo, sem nos deixarmos intimidar por acusações levianas e mentirosas feitas por quem não merece a confiança do povo.
Assinam a nota:
Equipe de gabinete
Daiely Cristina – mulher negra, lésbica, defensora das causas LGBTQIA+, assessora parlamentar (redes sociais) desde julho de 2022.
Douglas Menusi- advogado dedicado à defesa dos setores marginalizados da sociedade, assessor jurídico desde maio de 2022.
Eduardo Santos- homem negro, militante dos movimentos sociais, em especial na luta pelos direitos da população LGBTQIA+, assessor parlamentar externo (mobilização) desde janeiro de 2021.
Graziela Godwin – mulher negra, defensora dos direitos das pessoas negras, mestranda em Comunicação Social, assessora parlamentar (redes sociais/jornalismo) desde março de 2023.
Íris Ghueta – cantora, militante da causa da cultura e das mulheres, assessora parlamentar (administrativo) desde janeiro de 2021.
Lucas Gonçalves – homem negro, militante do movimento estudantil, assessor parlamentar externo (mobilização) desde janeiro de 2021.
Maristhela Garcia – presidente da Associação Fome Não (Afon) e militante das causas sociais em favor do combate à fome, assessora parlamentar na área de mobilização desde maio de 2022.
Neusa Baptista Pinto – jornalista, escritora, militante da causa negra, chefe de gabinete e assessora de imprensa desde janeiro de 2021.
Seven Mônica Magalhães da Silva – mulher trans, cantora, militante da causa LGBTQIA+, assessora parlamentar (administrativo) desde julho de 2022.
Victor Ostetti- militante em defesa da comunicação e fotojornalista engajado em causas sociais e movimentos culturais, assessor parlamentar (fotojornalismo) desde fevereiro de 2023.
Vera Araújo – professora, ex-deputada estadual, militante de diversas causas sociais e liderança histórica do Partido dos Trabalhadores, assessora parlamentar (mobilização) desde janeiro de 2021.
Vinicius Medeiros – defensor das causas sociais, assessor parlamentar (motorista) desde setembro de 2022.
Midia Jur