Enquanto o Rio Grande do Sul lida com uma das maiores tragédias climáticas de sua história devido às enchentes, o Centro-Sul do país enfrenta uma onda de calor fora do comum para esta época do ano. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revelam que a primeira semana de maio registrou temperaturas médias até 8°C acima do normal para o período.
Essas temperaturas elevadas são resultado da onda de calor atual, a quarta desde o início do ano, que teve início em 23 de abril. Inicialmente prevista para terminar na primeira semana de maio, a onda persiste e deve continuar até o dia 17, estendendo-se sobre o país. Apesar de uma trégua nesta terça e quarta-feira, o calor intenso deve retornar até o final da semana.
O levantamento do Inmet analisou a variação da temperatura média para o período, comparando-a com as médias registradas nos últimos 30 anos. Com base nesse estudo, foram identificadas variações significativas em diversas cidades, destacando-se São Paulo, que registrou sua temperatura máxima mais alta em mais de 70 anos, atingindo 32,8°C em 5 de maio.
Confira abaixo a lista de cidades divulgada pelo Inmet e suas respectivas variações de temperatura:
Curitiba (PR): 23,1°C, 8°C acima da média
São Paulo (SP): 25,3°C, 7,1°C acima da média
São Joaquim (SC): 17,2°C, 5,7°C acima da média
Morro da Igreja (SC): 14,8°C, 5,6°C acima da média
Brasília (DF): 22,6°C, 5,4°C acima da média
Rio de Janeiro (RJ): 26,5°C, 4,5°C acima da média
Porto Alegre (SC): 21,4°C, 4,5°C acima da média
Belo Horizonte (MG): 24,4°C, 3,9°C acima da média
Canela (RS): 16,3°C, 2,9°C acima da média
Goiânia (GO): 24,8°C, 2,8°C acima da média
A prolongada onda de calor é motivo de preocupação entre os especialistas. Tanto Giovani Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), quanto Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, ressaltam a duração excepcionalmente longa dessa ocorrência.
Segundo os especialistas, essa onda de calor é causada por um bloqueio atmosférico que retém as frentes frias no sul do país, impedindo-as de avançar e causando tempestades no Rio Grande do Sul.
Enquanto isso, o calor intenso permanece no Centro-Sul, contribuindo para agravar as inundações no RS. A chuva, combinada com o derretimento das neves na região Sul, tende a aumentar o nível dos rios, gerando preocupações com mais enchentes no estado.
Fonte: G1