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A megaoperação deflagrada na manhã desta terça-feira (8) pela Polícia Civil resultou em 24 prisões e outros 11 mandados cumpridos contra presos que estão na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
Segundo apurou a reportagem, os alvos que já estavam detidos fazem parte das lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso.
Entre os envolvidos estão Jonas Souza Gonçalves Junior, conhecido como “Batman”, e Renildo Silva Rios, também chamado de “Negão”. Ambos têm ligação com Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, condenado a 205 anos, e que também foi alvo da ação policial.
Segundo o delegado da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), Frederico Murta, os alvos da PCE conseguiam emitir ordens de dentro da penitenciária com a ajuda de visitantes e advogados.
“O sistema prisional, assim como ocorre em outros setores, tem suas falhas. Embora haja sempre um cuidado muito grande por parte dos servidores e da direção, os presos têm acesso a visitas, advogados, e é praticamente impossível vedar completamente a comunicação com o exterior”, explicou.
Ao centro, o delegado Frederico Murta e a delegada Juliana Chiquito Palhares, da DRE
Ainda de acordo com o delegado, aqueles que tiveram as prisões cumpridas são responsáveis pela distribuição de drogas nos Municípios alvos. Além da Baixada Cuiabana, a Polícia Civil atuou simultaneamente em outras 23 cidades de Mato Grosso.
A megaoperação focou nos envolvidos com a distribuição de drogas interna, ou seja, os entorpecentes que são traficados pela organização criminosa entre os municípios do Estado. A delegada Juliana Chiquito Palhares explicou que o objetivo não era fazer grandes apreensões, mas sim desarticular as bocas de fumo.
“Não está associado ao êxito da investigação a quantidade de drogas apreendidas. Com certeza, pequenas quantidades de entorpecentes vão complicar, e muito, a vida desses criminosos”, afirmou.
Durante as buscas e apreensões nas cidades, os delegados ainda conseguiram observar que muitos dos faccionados são iludidos com a sensação de enriquecimento, porém apenas alguns lucram de verdade com os crimes.
Desdobramentos
Palhares disse que a megaoperação ainda está no começo e o próximo passo será analisar todo o material coletado para que, posteriormente, ocorra a conclusão do inquérito policial.
A delegada ainda concluiu que os desdobramentos da operação servirão para que novas investigações comessem. Por ser uma organização atuante e com diversos membros, ela explicou que as próximas ações terão enfoque em outros setores do comando.
“Nós temos em menos de 20 dias duas operações que atingiram a organização criminosa em todos os seus aspectos, desde a mais alta liderança até aquele traficante que incomoda aquela família, aquela mãe, aquele pai que vê seu filho cooptado por esse mundo”, completou.