Órgãos Não Conseguem Chegar ao RS e Até 2,7 Mil Pessoas Podem Ficar Sem Transplantes

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As recentes inundações que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas três semanas resultaram no fechamento temporário do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, crucial para o envio e recebimento de órgãos e tecidos para transplantes. Com isso, cerca de 2,7 mil pessoas que aguardam transplantes no estado podem ser afetadas.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, principal ponto de chegada e saída de órgãos destinados a transplantes no Rio Grande do Sul, está fechado desde o dia 3 de maio. A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou à BBC News Brasil que, devido ao fechamento, as ofertas de órgãos da Central Nacional de Transplantes foram suspensas. Atualmente, os únicos acessos a aeronaves no estado são pelos aeroportos de Caxias do Sul e Canoas.

Segundo Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado, a interrupção temporária na rede nacional de transplantes poderá prejudicar muitos pacientes. “Isso coloca em risco a vida de algumas pessoas. Alguns pacientes não têm risco imediato de morte, mas outros podem estar em situação crítica,” explicou Caruso.

A estimativa é que as inundações tenham causado a morte de mais de 150 pessoas e afetado 92% dos municípios do estado. Este é considerado o maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul e um dos maiores do Brasil. Além dos problemas com transplantes, as enchentes comprometeram o funcionamento de hospitais e bloquearam diversas rodovias.

Em resposta, o governo estadual autorizou a retomada da captação de órgãos dentro do estado. Desde o início das inundações, 30 transplantes de córnea foram realizados com órgãos já disponíveis nos estoques do estado. Helicópteros da rede aeroviária nacional estão sendo utilizados para o transporte de órgãos e pacientes dentro do estado.

O Rio Grande do Sul é um dos estados que mais recebem órgãos de outras regiões devido à sua capacidade de realizar quase todos os tipos de transplantes. No entanto, a falta de um aeroporto operacional dificulta essa logística. “Se surge um órgão em outro estado, mas não há uma equipe lá que possa fazer o procedimento, esse órgão é ofertado para onde há condições de realizá-lo, como no Rio Grande do Sul,” explicou Caruso.

A regulação dos órgãos e tecidos disponíveis para transplantes no Brasil é feita pelo Sistema Nacional de Transplantes, que cruza as informações de órgãos disponíveis com as listas de pessoas que precisam de transplantes. O transporte interestadual de órgãos é geralmente realizado por voos comerciais através de um convênio entre o governo federal e companhias aéreas.

A suspensão temporária das operações no Aeroporto Salgado Filho devido às inundações coloca em risco a vida de milhares de pessoas que aguardam transplantes no Rio Grande do Sul. As autoridades estão trabalhando para minimizar os impactos, utilizando recursos aeroviários disponíveis e priorizando a captação de órgãos dentro do estado.

Fonte: G1

 

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