Polícia Federal Afirma que Cúpula Atual da Abin Obstruiu Investigação sobre Monitoramento Ilegal

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A Polícia Federal revelou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que membros da atual liderança da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), indicados pelo presidente Lula, agiram em conjunto com investigados ligados à gestão anterior da agência, dificultando assim as investigações sobre o monitoramento ilegal realizado pelo órgão.

Segundo a apuração da PF, sob o pretexto de resguardar informações sensíveis, a gestão atual da Abin estaria obstaculizando o acesso a dados relevantes para esclarecer as responsabilidades dos gestores anteriores, nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O relatório da PF afirma que o receio de “exposição de documentos” seria na verdade o medo de que as investigações revelassem as ações praticadas anteriormente na estrutura paralela da Abin.

O documento ressalta a gravidade dos fatos, destacando a possível colaboração entre parte dos investigados da gestão anterior e a atual alta gestão da Abin, o que resultou em prejuízos para a investigação em curso, para os investigados e para a própria instituição.

Em uma das vertentes da investigação, um ex-diretor da Abin durante o governo Lula deixou de fornecer à polícia informações sobre os acessos à ferramenta de espionagem FirstMile. Paulo Maurício Fortunato, que ocupava o cargo no governo Bolsonaro e depois assumiu posição de destaque na Abin, teria se desfeito dos registros do sistema antes de sair da agência, conforme declarações de Paulo Magno, gestor do FirstMile.

Fortunato foi exonerado em outubro de 2023 após ser alvo da PF na Operação Última Milha, que investiga o monitoramento ilegal pela Abin.

Outra frente de ação da atual cúpula da Abin é representada pelo diretor Alessandro Moretti, que, em reunião com os suspeitos, teria sugerido que a investigação da PF teria motivação política e seria superada.

Para a PF, a conduta de Moretti, além de ser incompatível com seu cargo na Abin, onde é o segundo na hierarquia, também é questionável devido ao seu histórico como delegado da Polícia Federal, responsável pela área de Inteligência que agora investiga o uso do FirstMile.

A direção da Abin não se manifestou até o momento em que este texto foi publicado.

Nesta quinta-feira (25), a PF realizou busca e apreensão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Abin durante o governo Bolsonaro, período em que a agência utilizou o FirstMile.

Fonte: G1

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