O depoimento do policial civil Walfredo Raimundo Adorno Moura Junior, de 48 anos, no inquérito que investiga a morte do PM Thiago de Souza Ruiz, de 36 anos, revelou que o atirador e a vítima se conheceram na noite de crime e, logo de cara, se desentenderam por uma rixa envolvendo suas profissões.
O policial civil Mario Wilson Vieira da Silva Gonçalves, de 39 anos, foi preso em flagrante pelo crime e confessou a autoria.
Conforme o testemunho de Walfredo, foi ele quem apresentou a vítima e o atirador na madrugada de quinta-feira (27), no Posto Conti Comigo. O investigador disse ainda que Mário estava ciente de que Thiago também era policial.
“Foi o depoente que apresentou Thiago a Mário, ocasião em que esclarece que neste momento cientificou que ele era policial, inclusive ressalta que Thiago estava com distintivo da Polícia Militar por dentro da camiseta”, diz trecho do documento.
Walfredo disse que conhecia a vítima há pelo menos cinco meses e que, naquela noite, estava acompanhado de Thiago na conveniência do posto.
Mário chegou com um amigo advogado e nesse momento vítima e atirador foram apresentados.
Conforme a versão de Walfredo, houve uma desavença entre os dois assim que eles foram apresentados. Mário teria dito ao PM: “Você não é polícia bosta nenhuma”.
Walfredo teria tentado “apaziguar” os ânimos entre os amigos e dito: “Para, para, para, que isso Mário, é Papa Mike”, termo usado para designar policial militares.
O grupo entrou a conveniência e Walfredo teria prosseguido com a tentativa de acalmar a situação. “Oh, pare com isso, vocês dois são polícia, são dois bostas”, teria dito.
Pouco depois ele teria saído do interior da conveniência achando que estava tudo resolvido entre a dupla, ficando Thiago, Mário e um advogado que estava na companhia de Mário.
Quando estava do lado de fora, Walfredo disse ter olhado para dentro e visto a briga acontecendo.
Conforme o documento, ao entrar viu Thiago dando “mata leão” em Mário “porque ele tinha sido desarmado pelo Mario e pelo advogado”, diz trecho.
Ele teria tentado parar a briga tirando o braço de Thiago do pescoço de Mário, momento em que Mario puxou a pistola e começou a efetuar os disparos.
O amigo se afastou até a porta e viu Mário, que estava caído no chão, fazendo vários disparos em direção a Thiago, que mesmo alvejado tentou sair do local.
“Mario continuou desferindo tiros, enquanto a vítima corria; que o depoente viu que descarregou a pistola de Mário”, disse.
Peterson Prestes