Na manhã desta quinta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados importantes sobre a economia do país. A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), desacelerou para 0,21% em outubro, uma redução significativa em comparação com a taxa de 0,35% registrada em setembro.
Essa desaceleração foi influenciada por diversos fatores, sendo um dos mais relevantes a queda de 0,44% nos preços dos combustíveis, incluindo reduções nos preços da gasolina, etanol e gás veicular. Entretanto, um aumento expressivo de 23,75% no custo das passagens aéreas exerceu a maior pressão sobre o índice, contribuindo com 0,16 ponto percentual (p.p.) para a taxa do mês.
“O comportamento dos preços em diversos setores mostrou tendências distintas. Por exemplo, enquanto observamos uma redução significativa nos custos de itens essenciais como alimentação, houve pressão considerável proveniente do setor de transportes, especialmente devido ao aumento nas passagens aéreas”, explica Roberto Santos, economista do IBGE.
No acumulado do ano, o IPCA-15 apresenta uma alta de 3,96%, e quando observamos os últimos 12 meses, o índice atinge 5,05%, situando-se acima dos 5% observados no período anterior. Apesar da alta em transportes, a inflação não escalou ainda mais graças à contribuição de outros setores.
Um ponto de alívio veio do grupo de alimentação e bebidas, que registrou um decréscimo de 0,31%, impactando o IPCA-15 em -0,07 p.p. Itens básicos como leite longa vida, feijão-carioca, ovo de galinha e carnes foram alguns dos que apresentaram redução nos preços, ajudando a conter a inflação. “Isso reflete uma tendência benéfica para o poder de compra do consumidor, especialmente em uma categoria de despesa que afeta significativamente os orçamentos familiares”, comenta Sandra Costa, analista de mercado financeiro.
Os dados para a medição da prévia da inflação foram coletados pelo IBGE entre 15 de setembro e 13 de outubro, considerando uma população-alvo composta por famílias com rendimento de um a 40 salários-mínimos. As regiões analisadas incluem grandes centros urbanos e econômicos do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, entre outros.
Diante desses indicadores, os olhos se voltam para as políticas econômicas que poderão responder a essas flutuações de preços. A atenção é especialmente voltada para o Banco Central e outras entidades reguladoras, que precisam balancear a estabilidade de preços com a manutenção do crescimento econômico. Com o final do ano se aproximando, as estratégias adotadas nesses últimos meses serão cruciais para definir o panorama econômico do Brasil para o próximo ano.
Peter Paulo