Previsão econômica do Brasil mostra sinais otimistas, mas inflação preocupa

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O mercado financeiro brasileiro está cada vez mais otimista em relação ao crescimento econômico do país. De acordo com o mais recente boletim Focus, divulgado hoje (11) pelo Banco Central (BC), essa é a terceira semana consecutiva que as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano aumentam, passando de 2,56% para 2,64%. Para o próximo ano, a expectativa é de uma expansão de 1,47%, e o mercado projeta um aumento de 2% do PIB para 2025 e 2026.

O otimismo é corroborado pelos números do segundo trimestre de 2023, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia brasileira cresceu 0,9% em relação aos três primeiros meses deste ano. Na comparação anual, houve um avanço de 3,4%, e o PIB acumula um aumento de 3,2% no período de 12 meses. O crescimento semestral foi ainda mais expressivo, marcando uma alta acumulada de 3,7%.

Desafio da Inflação

No entanto, o cenário de inflação é uma fonte de preocupação. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, foi ligeiramente ajustada para cima, de 4,92% para 4,93%. Esta estimativa ultrapassa o teto da meta de inflação de 4,75% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023. O BC alertou recentemente que há uma probabilidade de 61% de que a inflação oficial supere o teto da meta neste ano.

Para 2024, a estimativa de inflação é de 3,89%, um valor acima do centro da meta, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. As projeções para 2025 e 2026 apontam para uma inflação de 3,5% em ambos os anos.

Juros em Queda

Para tentar conter a inflação, o Banco Central recorreu ao seu principal instrumento de política monetária: a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente fixada em 13,25%, a Selic sofreu uma redução no último mês, a primeira desde agosto de 2020. Este movimento de queda sinaliza uma inversão de tendência depois de 12 aumentos consecutivos iniciados em março de 2021, em resposta à escalada dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

O mercado financeiro projeta que a Selic encerrará 2023 em 11,75%, com uma diminuição adicional para 9% ao ano em 2024 e uma estabilização em 8,5% para 2025 e 2026.

Dólar Estável

Em relação à moeda americana, a previsão é de que o dólar feche o ano cotado a R$ 5 e chegue a R$ 5,02 no final de 2024.

Equilíbrio Delicado

O cenário aponta para um equilíbrio delicado entre crescimento e controle inflacionário. A taxa de juros tem um papel dual: quando elevada, contém a inflação, mas também encarece o crédito e restringe o consumo e investimento; quando reduzida, estimula a economia, mas também pode acirrar a inflação.

Essas são as múltiplas variáveis que os formuladores de políticas terão de manejar cuidadosamente nos próximos meses para assegurar que o Brasil mantenha sua trajetória de crescimento enquanto mantém a inflação sob controle.

Peterson Prestes

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