A produção industrial brasileira registrou uma variação positiva de 0,1% em setembro, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é uma continuação do crescimento, tendo havido uma variação de 0,2% em agosto após uma queda de 0,3% em julho.
As indústrias extrativas tiveram uma alta significativa de 5,6% em setembro, influenciando positivamente os números após acumularem uma perda de 5,6% entre julho e agosto. Outras contribuições positivas vieram dos produtos químicos (1,5%) e dos derivados de petróleo e biocombustíveis (0,5%).
Contudo, André Macedo, gerente da pesquisa, observou que a produção industrial mostra um dinamismo menor nos últimos meses, com taxas predominantemente negativas. Ele aponta que três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos industriais investigados tiveram taxas negativas.
Mesmo com os recentes meses de crescimento, a indústria ainda está 1,6% abaixo do nível pré-pandemia de fevereiro de 2020 e 18,1% abaixo do recorde de maio de 2011. Fatores como altas taxas de juros, crédito caro e altos índices de inadimplência têm impactado o setor.
Em relação às atividades com queda na produção, destacam-se produtos farmoquímicos e farmacêuticos com queda de 16,7%, máquinas e equipamentos (-7,6%) e veículos automotores (-4,1%). A indústria farmacêutica, em particular, é conhecida por sua volatilidade, alternando entre altas e baixas significantes.
Comparativamente ao ano anterior, a produção industrial de setembro de 2023 teve um aumento de 0,6%. A influência positiva veio principalmente das indústrias de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (11,3%), indústrias extrativas (9,1%) e produtos alimentícios (6,7%). Em contrapartida, houve decréscimos notáveis em veículos automotores (-15,8%) e máquinas e equipamentos (-12,4%).
O IBGE também destacou que a PIM passou por reformulações em março de 2023 para atualizar suas estruturas, incorporando mudanças econômicas recentes e novas unidades federativas nos resultados regionais. A próxima divulgação está prevista para 1º de dezembro.
Peter Paulo