Queda nos juros bancários segue pelo quarto mês consecutivo, revela banco central

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Em um contexto econômico de cautelosa otimismo, os brasileiros receberam a notícia de que a taxa média de juros das concessões de crédito continua sua trajetória de queda pelo quarto mês seguido, atingindo 30,5% ao ano em setembro, uma leve redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior, conforme apontam as mais recentes Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central (BC).

Este cenário, que contrasta com o pico de 32,3% ao ano registrado em maio, é parte de um quadro mais amplo de desaceleração monetária. Ao comparar os 12 meses encerrados em setembro com o mesmo período finalizado em agosto, observa-se um crescimento de 1,5 ponto percentual contra os 7,6 pontos anteriores, indicando uma desaceleração no ritmo de crescimento dos juros.

Este movimento acompanha as recentes ações do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que cortou a taxa básica de juros, a Selic, pela terceira vez no semestre para 12,25% ao ano. Essa política de redução dos juros, que ainda pode ter seu ritmo alterado conforme as necessidades econômicas, é parte dos esforços para estimular a produção e o consumo, apesar de uma inflação que, após um breve período de queda, voltou a apresentar sinais de elevação na segunda metade do ano.

A redução da taxa de juros é um alívio especialmente notável no crédito livre para as famílias, que viu a taxa média cair para 57,3% ao ano, e no crédito rotativo do cartão de crédito, onde houve uma significativa queda de 4,4 pontos percentuais para 441,1% ao ano. Contudo, esta última modalidade ainda é marcada por taxas consideravelmente altas, uma situação que pode mudar em breve, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei limitando os juros do crédito rotativo.

A taxa de captação dos bancos também segue em declínio, estando em 9,3% em setembro, o que pode ser interpretado como um sinal de que o crédito está se tornando menos oneroso tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Em relação ao crédito direcionado, os números também são positivos, com uma taxa média para pessoas físicas em 11% ao ano e uma pequena alta para as empresas, que atingiram 11,4% ao ano em setembro.

Embora o volume de concessões de crédito tenha apresentado um aumento modesto em setembro, a tendência geral do mercado de crédito é de desaceleração, como mostra o crescimento de 0,8% no estoque total de empréstimos concedidos pelos bancos. Os dados do BC também indicam um endividamento das famílias relativamente estável, com a inadimplência mantendo-se firme em 3,5%.

Esse conjunto de fatores sugere um ambiente de maior controle sobre a inflação e potencial estímulo à atividade econômica, embora os responsáveis pela política monetária permaneçam atentos a quaisquer mudanças que possam exigir ajustes na direção dos juros. Com informações atualizadas até o presente momento, a perspectiva dos analistas é de que a Selic possa cair para 11,75% até o final do ano, um sinal que pode levar a uma continuidade da redução nas taxas de juros ao consumidor.

Os indicadores econômicos e as políticas do Banco Central serão continuamente monitorados e qualquer nova informação será prontamente comunicada, mantendo os cidadãos e o mercado financeiro informados sobre as tendências do crédito no Brasil.

Peter Paulo

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