A presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, revelou nesta quarta-feira (26) que benefícios sociais e trabalhistas poderão ser pagos através do real digital, a criptomoeda oficial desenvolvida por empresas autorizadas pelo Banco Central (BC). Com o objetivo de combinar a digitalização financeira e a inclusão social, o banco lançou um consórcio em parceria com a bandeira de cartões de crédito Elo e a Microsoft para a criação de produtos e soluções que serão implementados no sistema digital.
Segundo Maria Rita Serrano, a Caixa, que possui uma abrangência de 99% dos municípios brasileiros e atende a 155 milhões de clientes, é um ambiente propício para testar as inovações com o real digital. A parceria com a Elo permitirá o desenvolvimento de criptoativos com opções de pagamento parcelado, similar ao sistema de faturas de cartão de crédito, enquanto a Microsoft trará sua expertise tecnológica para acelerar a implementação da criptomoeda oficial.
A tokenização, representação digital de bens ou produtos financeiros, facilitará as negociações em ambientes virtuais através de códigos com requisitos, regras e processos de identificação. O real digital, em fase de testes desde março, tem previsão de disponibilidade para a população até o final de 2024.
Um dos produtos a serem desenvolvidos pelo consórcio será a compra de imóveis pelo real digital, funcionando como um sistema Pix para a aquisição e pagamento de prestações da casa própria. A presidente da Caixa enfatizou que a instituição, líder na concessão de crédito imobiliário no país, tem o potencial de influenciar todo o mercado ao adotar a criptomoeda oficial nas transações, tornando o financiamento habitacional mais ágil e eficiente.
O consórcio, em conjunto com o Banco Central, está construindo sistemas para serem acoplados à plataforma de testes. Somente após essa etapa, os produtos e soluções tecnológicas serão desenvolvidos, com a possibilidade de soluções inovadoras que vão além das diretrizes estabelecidas pela autoridade monetária.
Os testes dos sistemas autorizados pelo BC terão início em setembro, e a segurança da plataforma será avaliada durante as operações simuladas entre o real digital e os depósitos tokenizados das instituições financeiras. Os ativos utilizados no projeto piloto incluem depósitos de contas de reservas bancárias, de contas de liquidação e da conta única do Tesouro Nacional, depósitos bancários à vista, contas de pagamento de instituições de pagamento e títulos públicos federais. As transações simuladas com títulos do Tesouro Nacional estão previstas para fevereiro do próximo ano.