Um estudo recente realizado pelo Observatório de Política Fiscal da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que os chamados super-ricos de Mato Grosso alcançaram uma média anual de renda de R$ 2,7 milhões em 2022. Isso equivale a uma renda mensal de mais de R$ 225 mil para esses privilegiados, representando apenas 0,01% da população do estado, o que totaliza 365 pessoas.
De acordo com o economista Sérgio Gobetti, autor do estudo, a disparidade entre a renda dos super-ricos e a classe média em Mato Grosso é alarmante, chegando a ser 364 vezes maior. A nível nacional, essa discrepância é de 248 vezes.
Os dados foram obtidos a partir das declarações do Imposto de Renda de Pessoa Física, abrangendo o período de 2017 a 2022. O estudo aponta que o avanço do agronegócio nas últimas décadas tem sido o principal fator responsável pelo aumento da riqueza dos super-ricos no Brasil.
Segundo o documento, a concentração de renda no topo da pirâmide social cresceu significativamente nos últimos anos, especialmente em estados com economias dominadas pelo agronegócio. Esse crescimento contrasta com a estagnação da renda média do brasileiro, evidenciando uma disparidade alarmante.
Entre 2017 e 2022, a renda dos super-ricos de Mato Grosso aumentou 115% acima da inflação, colocando o estado como o terceiro com maior crescimento nesse aspecto, atrás apenas de Mato Grosso do Sul e Amazonas, com 131% e 122%, respectivamente.
Apesar do crescimento mais expressivo registrado em Mato Grosso do Sul, a renda média dos super-ricos nesse estado ainda é 26% menor do que em Mato Grosso.
Fonte: MidiaNews