A digitalização dos processos do Sistema Único de Saúde (SUS) é um desafio importante para o sistema de saúde público brasileiro. No entanto, para que essa transformação seja bem-sucedida, é preciso pensar em dois pontos fundamentais: a integração e o tratamento ético das informações.
A integração das informações é essencial para que o SUS possa funcionar de forma eficiente e eficaz. Atualmente, os sistemas de informação do SUS são fragmentados, o que dificulta a troca de dados entre os diferentes níveis de atenção à saúde. Essa fragmentação impede que o sistema tenha uma visão completa da situação da saúde da população, o que dificulta o planejamento e a tomada de decisão.
O tratamento ético das informações também é fundamental para que a digitalização do SUS seja bem-sucedida. Os dados de saúde são informações sensíveis, que devem ser protegidos. É importante que o SUS tenha mecanismos para garantir a privacidade e a segurança dos dados dos usuários.
Durante o primeiro dia do 1º Simpósio Internacional de Transformação Digital no SUS, nesta segunda-feira (2), esses dois pontos foram destacados por especialistas brasileiros e estrangeiros.
O presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Arthur Chioro, disse que a integração das informações é uma prioridade para o SUS. “Nós precisamos superar essa desarticulação da informação, que é tão estratégica para a gestão”, afirmou.
O coordenador de informações digitais do NHS (Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra), Masood Ahmed, também destacou a importância da integração das informações. “O público tem direito a ter acesso às suas informações de saúde de forma segura e fácil”, disse.
Em relação ao tratamento ético das informações, Ahmed ressaltou que é importante que o SUS tenha mecanismos para garantir a privacidade e a segurança dos dados dos usuários. “O público tem preocupações éticas sobre os dados. Como nós vamos coletar os dados? Como vão armazená-los? E como vamos usar esses dados?”, questionou.
A digitalização do SUS é um processo complexo, que exige planejamento e investimento. No entanto, é uma mudança essencial para que o sistema de saúde público brasileiro possa funcionar de forma mais eficiente e eficaz.
Peter Paulo