O ex-superintendente de Saúde de Várzea Grande, Oswaldo Prado Rocha, usou as contas bancárias da sogra e da namorada dela para receber propina do empresário Fernando Metelo Gomes de Almeida, dono da Disnorma Comercio Atacadista de Medicamentos Ltda.
A informação está no relatório de investigação feita pela Polícia Civil, na Operação Fenestra, que apura o desvio de remédios da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Ipase, em Várzea Grande.
A então sogra de Oswaldo, identificada como Rosa Maria Silva Lopes, confessou à Polícia Civil que ele usou sua conta bancária para o recebimento de quatro depósitos de Fernando Metelo, no total de R$ 14,8 mil.
Ela forneceu aos policiais os extratos que comprovam as transações. O primeiro depósito foi feito no dia 1 de janeiro de 2022, no valor de R$ 2,7 mil. O segundo, no dia 29 de janeiro, no valor de R$ 2,4 mil.
O terceiro e quarto depósitos foram feitos nos dias 2 e 4 de fevereiro, nos valores de R$ 2,3 mil e R$ 5,3 mil, respectivamente.
“Todos os valores citados a declarante transferiu à Oswaldo em forma de depósitos”, diz a investigação da Polícia Civil.
Segundo o inquérito, a ex-sogra de Oswaldo disse que nunca questionou as transações. “Mas que em todas oportunidades em que valores foram depositados por Fernando Metelo em sua conta, Oswaldo por conta própria informava que seu sócio teria e/ou depositaria um dinheiro em sua conta; que após algum tempo as transferências começaram a ocorrer na conta de sua companheira Maildes”, diz outro trecho do inquérito.
Companheira da ex-sogra: 17 depósitos
A companheira da ex-sogra de Oswaldo, Maildes Borges da Silva, disse à Polícia Civil que Oswaldo solicitou a sua conta bancária para diversas transferências.
“Que a maioria das transferências foram realizadas pela pessoa de Fernando Metelo, o qual Oswaldo falava se tratar de um sócio dele. Que em 18/11/2021 foi transferido o valor de R$ 2.860,00, já em 24/02/2022 o valor de R$ 5.872,00″, disse Maildes à Polícia.
Segundo ela, foram 17 transferências no total, a maioria em nome Fernando Metelo. Apenas um depósito ocorreu pelo CNPJ do Cemitério Parque Nossa Senhora da Guia, que conforme a investigação é de propriedade de Fernando Metelo.
“Conforme os relatos, restou identificado que medicamentos ou itens de Saúde subtraídos pelos agentes públicos eram repassados para o receptador Fernando Metelo, sendo que Oswaldo chegou a afirmar as testemunhas que Fernando era seu sócio, empresário do ramo de medicamentos”, diz a Polícia.
“A investigação aponta que Fernando efetua em contrapartida o pagamento de vantagem indevida, mediante transferências de valores na conta de terceiros (Rosa Maria e Maildes), que posteriormente repassavam para Oswaldo, com objetivo de ocultar ou dissimular a origem ilícita dos valores recebidos”, conclui o relatório.
Veja trecho de relatório da Polícia Civil: