O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou neste domingo (8) que os atos golpistas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano, que incluíram a invasão da Esplanada dos Ministérios e vandalismo nas sedes dos três Poderes, foram uma “arapuca patrocinada pela esquerda”. A declaração foi feita em Belo Horizonte, durante uma concentração para uma passeata contra o aborto na Praça da Liberdade.
Em um comparativo com um evento anterior no mesmo local, Bolsonaro observou uma diminuição no número de participantes: “Estivemos aqui no ano passado. A praça estava lotada. Creio que a diminuição no número de pessoas é pelo temor do que aconteceu em 8 de janeiro”.
O STF condenou no mês anterior três indivíduos envolvidos nos atos do 8/1 por associação criminosa e golpe de Estado, resultando em penas que chegam até 17 anos de reclusão. Bolsonaro, contudo, não detalhou como a suposta “armadilha” da esquerda teria sido organizada.
Manifestantes no ato deste domingo carregavam faixas e cartazes contra a ADPF 442, uma proposta que visa descriminalizar o aborto no Brasil e atualmente aguarda julgamento no STF. Coros como “quero ouvir de novo, supremo é o povo” ecoavam na praça.
A manifestação reuniu, em sua maioria, fiéis de igrejas evangélicas e católicas carismáticas. Entre os presentes, destacaram-se figuras ligadas ao PL, como o deputado federal Nikolas Ferreira e o deputado federal Eros Biondini.
Bolsonaro, que foi declarado inelegível por oito anos pelo TSE, tem uma longa trajetória de críticas ao STF. Durante sua visita a Belo Horizonte, o ex-presidente participou de diversos compromissos, incluindo um culto em igreja evangélica e um encontro com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Peter Paulo