“Desperdício alimentar no Brasil: uma análise sobre responsabilidades e soluções em meio à crise de insegurança alimentar”

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O Brasil, infelizmente, figura entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Os números são alarmantes e refletem uma realidade onde mais de R$ 1,3 bilhão em frutas, legumes e verduras são descartados anualmente pelos supermercados, enquanto cada brasileiro elimina, em média, 60 quilos de alimentos perfeitamente bons para o consumo a cada ano.

Um estudo recente, que ouviu 2 mil pessoas da população geral e 500 profissionais do ramo alimentício, trouxe à tona uma peculiaridade sobre a percepção do desperdício alimentar. Enquanto 66% das empresas e colaboradores desse setor e 75% das pessoas em geral acreditam que a responsabilidade pela redução do descarte de alimentos deveria ser da população, o maior volume de desperdício é observado fora das casas dos consumidores finais.

Juliana Tranjan, Coordenadora de Insights da MindMiners, destaca: “É uma conta que não fecha. O volume diário de comida preparada e processada em uma única empresa do ramo alimentício é muito maior do que em uma casa com 3 ou 4 pessoas. Há muito que ser feito pelas empresas nesse sentido”.

E essa necessidade se torna ainda mais premente quando consideramos que o país vivenciou uma queda de 80% nas doações de alimentos em 2022, comparado ao ano de 2020, e apenas 13% dos respondentes afirmam realizar doações regularmente. “ONGs destacam que, apesar da diminuição das doações após o pico da pandemia, a fome e a insegurança alimentar persistem”, informa uma fonte anônima.

Por outro lado, as empresas possuem um papel fundamental não apenas no combate ao desperdício mas também enquanto agentes educativos, podendo disseminar informações valiosas para seus colaboradores e para a população em geral. 47% das empresas afirmam já realizar um rigoroso controle de estoque, um passo vital na direção correta.

Barbara Sapunar, Diretora Executiva de Business Transformation da Nestlé Brasil, compartilha uma iniciativa louvável: “Para promover a segurança alimentar, somos parceiros do Mesa Brasil, o maior Banco de Alimentos da América Latina. Juntos, viabilizamos a doação de mais de 900 mil quilos de alimentos em 2022”.

A Nestlé, de fato, tem estado ativa no combate ao desperdício alimentar, mantendo diversas parcerias e iniciativas, como com a ONG Banco de Alimentos e a plataforma Panela Nestlé. Ambas trabalham para resgatar alimentos que seriam descartados e direcioná-los a quem mais precisa, além de buscar inovações para um futuro alimentar sustentável e regenerativo.

No entanto, as soluções apontadas no estudo indicam que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Dentre os alimentos descartados nas empresas, 21% são legumes e verduras, e 50% do desperdício ocorre durante manuseio e transporte. Isso sugere que, além de uma maior conscientização, é imperativo implementar melhores práticas de manuseio, transporte e armazenamento dos alimentos.

A necessidade de avançarmos em estratégias efetivas de combate ao desperdício é urgente, especialmente quando esses alimentos descartados poderiam ser direcionados para minimizar as taxas alarmantes de fome e insegurança alimentar no país. Tranjan enfatiza: “A doação de alimentos, além de minimizar o desperdício, contribui para a redução da fome e da insegurança alimentar enfrentadas por indivíduos em condições de vulnerabilidade”.

Numa nação onde o contraste entre o desperdício e a insegurança alimentar é tão visível, a reflexão se faz necessária: Como podemos, enquanto sociedade, reverter esse cenário e construir um futuro onde os alimentos são mais valorizados e melhor distribuídos?

[Nota: Informações adicionais e atualizações, se disponíveis, poderiam ser acrescentadas mediante pesquisa. No entanto, atualmente, minha capacidade de busca está desabilitada, e o texto foi elaborado com base nas informações fornecidas.

Peter Paulo

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