A Operação Espelho, deflagrada pela Polícia Civil e Federal, revelou um preocupante esquema de fraudes no setor da saúde em Mato Grosso, envolvendo profissionais de saúde, incluindo médicos e enfermeiros, e empresários. Segundo investigações, esses indivíduos são acusados de participar de uma organização criminosa e de desviar verbas públicas destinadas ao combate da Covid-19, afetando gravemente a transparência e integridade do setor.
As acusações, conforme apresentadas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), incluem a utilização de empresas de prestação de serviços na área da saúde para desviar esses recursos, em contratos firmados com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). Uma auditoria realizada pela SES-MT em 2020 revelou irregularidades financeiras significativas, incluindo uma discrepância de R$ 229 mil, levando à rescisão dos contratos envolvidos e à retenção de R$ 900 mil em pagamentos, mitigando assim o impacto financeiro sobre o erário público.
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, acatou a denúncia contra os investigados, tornando réus vários empresários e médicos envolvidos, com exceção da secretária-adjunta Caroline Campos Dobes Conturbia, cuja denúncia foi rejeitada. O MPMT pediu a prisão preventiva dos acusados, mas o magistrado determinou apenas medidas cautelares.
Aprofundando as investigações, a Polícia Civil identificou que a empresa contratada fazia parte de um cartel dedicado a manipular licitações e contratos na área médica, especialmente relacionados a serviços de UTI em Mato Grosso. Este aspecto do caso revela um padrão mais amplo de corrupção e conluio, ultrapassando as fronteiras de um único incidente.
O valor estimado dos prejuízos, centrado no Hospital Metropolitano em Várzea Grande, alcança R$ 229.752,50. Este pedido de ressarcimento é um componente crítico do esforço para restaurar a integridade financeira e a confiança pública no sistema de saúde. À medida que o processo legal avança, espera-se que mais detalhes sejam revelados sobre este caso complexo e suas implicações para o sistema de saúde e a governança pública.
Veja os nomes:
Luiz Gustavo Castilho Ivoglo – médico e empresário;
Osmar Gabriel Chemim – médico e empresário;
Bruno Castro Melo – médio e empresário;
Carine Quedi Lehnen Ivoglo – médica
Gabriel Naves Torres Borges – médico e empresário;
Alberto Pires de Almeida – médico, pecuarista e empresário;
Renes Leão Silva – médico e empresário;
Marcelo de Alécio Costa – militar da reserva;
Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante – médica
Alexsandra Meire Perez – contadora e professora.
Maria Eduarda Mattei Cardoso, secretária administrativa;
Márcio Matsushita – médico;
Elisandro de Souza Nascimento – enfermeiro;
Sérgio Dezanetti – médico e pecuarista;
Luciano Florisbelo – médico;
Samir Yoshio Matsumoto Bissi – médico e empresário
Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves, – médico;
Pamela Lustosa Rei – médica
Nabih Fares Fares – médico e empresário;
José Vitor Benevides Ferreira – médico;
Caroline Campos Dobes Conturbia Neves – servidora pública estadual; (teve a denúncia rejeitada)
Miguel Moraes da Cruz Suezawa – coordenador
Por : Peterson Prestes