Operação “Fogo Amigo” Desvenda Esquema de Desvio de Armas para Facções Criminosas

0

A “Operação Fogo Amigo”, deflagrada pela Polícia Federal da Bahia nesta terça-feira (21), revelou um complexo esquema de desvio de armas e munições para facções criminosas, envolvendo policiais militares, CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) e empresários do setor bélico. Até o momento, 18 pessoas foram presas, com mandados de prisão preventiva e busca e apreensão sendo cumpridos na Bahia, Pernambuco e Alagoas.

Esquema Multimilionário

A investigação descobriu que uma vasta quantidade de armas e munições estava sendo desviada para facções criminosas através da inserção de informações falsas nos sistemas oficiais de controle. Entre os suspeitos está um sargento da PM de Petrolina (PE), que movimentou aproximadamente R$ 2,1 milhões em apenas seis meses, valor considerado incompatível com seu salário.

Participação de Diversos Agentes

Os suspeitos incluíam policiais militares, comerciantes de armas e CACs, que utilizavam certificados falsificados para obter armamento em lojas legais. Entre os presos, um sargento da PM liderava a venda de cerca de 20 armas por mês. Relatórios do COAF apontaram que outro policial militar movimentou R$ 2,7 milhões, adquirindo armas e munições em Salvador.

Operação Nacional

A operação contou com mais de 300 policiais federais e grupos táticos das polícias militares da Bahia e Pernambuco, além de promotores do Gaeco e integrantes do Exército. Foram expedidos 20 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão. Também foi determinado o sequestro de bens e bloqueio de até R$ 10 milhões dos investigados, além da suspensão das atividades econômicas de três lojas de material bélico.

Venda Ilegal de Armas

A decisão judicial que autorizou a operação detalha que a quebra de sigilo telefônico e telemático dos investigados revelou uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de armas de fogo, incluindo armamento de uso restrito como fuzis e espingardas calibre 12 semiautomáticas. Essas armas são frequentemente usadas em assaltos a carros-fortes e instituições financeiras, além de ações de domínio de cidades, conhecidas como novo cangaço.

Envolvimento de Lojas de Armas

Alguns dos investigados operavam lojas de armas que facilitavam a circulação de armamento ilegal. Por exemplo, a loja Comercial Taurus de Arapiraca (AL) recebeu cerca de R$ 700 mil em um ano de um dos envolvidos. Em Juazeiro (BA), a loja Universo Militar foi apontada como um ponto de comércio ilegal, com funcionários inserindo dados fictícios de compradores para burlar a fiscalização.

Penas e Acusações

Os investigados responderão por organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, podendo enfrentar penas que somam até 35 anos de prisão.

A operação “Fogo Amigo” foi nomeada em alusão ao fato de que os próprios policiais integrantes da organização criminosa vendiam armas e munições de forma ilegal, que posteriormente eram usadas contra os órgãos de segurança pública.

Fonte: G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui