O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou que o Brasil não deve realizar novos leilões para importar arroz no momento. Em entrevista ao programa Em Ponto, da Globonews, Fávaro afirmou que os preços do arroz já estabilizaram e que, por enquanto, não há necessidade de importar o grão.
Durante o mês de maio, enchentes devastaram o Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional de arroz, levando o governo a anunciar leilões para comprar arroz de outros países. Na época, associações do setor afirmavam que não havia necessidade de importação, pois 80% da colheita já havia sido concluída.
Apesar disso, o governo persistiu com a decisão de importar, mas os leilões foram suspensos devido a problemas técnicos e financeiros com as empresas vencedoras. O último leilão, realizado no dia 6 de junho, foi cancelado.
“Tivemos problemas, é fato, e cancelamos esses leilões. Mas o fato real é que, com a sinalização do governo de comprar arroz importado e abastecer o mercado brasileiro, além da normalização das estradas, os preços do arroz já cederam e voltaram aos níveis normais”, afirmou Fávaro. “Em algumas regiões do país, o pacote de cinco quilos já está sendo vendido a R$ 19, R$ 20, R$ 23 e R$ 25, valores dentro da normalidade. Portanto, parece mais prudente monitorar o mercado e, não havendo especulação, não se faz necessário novos leilões”, acrescentou.
Fávaro mencionou que o governo tem um edital pronto e que haverá uma reunião com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e representantes da indústria ainda nesta quarta-feira. “Vamos buscar compromissos de estabilidade de preço, logística e frete. Eles mesmos podem nos informar se será necessária alguma intervenção do governo. No momento, é mais sensato estimular a produção nacional ao invés de realizar novos leilões de importação”, explicou.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, também se reunirá com o setor nesta quarta-feira, juntamente com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A expectativa é de que, ao final do dia, seja assinado um termo de compromisso e responsabilidade sobre os preços do arroz.
A Conab, estatal do Ministério da Agricultura responsável por gerir políticas agrícolas, estava organizando os leilões de arroz. De acordo com apuração do g1, a Conab monitorará o mercado e, onde houver problemas de abastecimento, o setor se comprometerá a colocar mais produto no mercado para reduzir o preço.
Fonte: G1