China volta ao epicentro da Covid-19 e economia mundial deve sofrer nova crise

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    Após dois anos e três meses desde o primeiro caso de Covid-19, registrado na província de Wuhan, a China voltou a ser, mais uma vez, o epicentro de um novo surto que já traz dados preocupantes: foram registrados 5 mil casos somente nesta terça-feira (15), sendo a maioria na cidade de Jilin. Agora, os 24 milhões de moradores da província situada no nordeste do país estão de quarentena e ninguém pode sair a não ser que tenha autorização da polícia.

    É a primeira vez que a China decreta um lockdown desde o bloqueio de Wuhan e Hebei, no início da pandemia. A explosão no número de casos acontece um dia após as autoridades decretarem o bloqueio de Shenzhen, no sul, conhecida como o Vale do Silício chinês em razão do grande número de empresas de tecnologia situadas na cidade de 17,5 milhões de habitantes.

    Gigantes da tecnologia em alerta

    Diante dos bloqueios e proibições, as empresas suspenderam as atividades e toda a linha de produção da Toyota, Volkswagen e Foxconn, que fornece chips e outros componentes eletrônicos para Samsung e Apple, está paralisada.

    Sem uma previsão de retorno, o efeito dominó já é uma realidade iminente nas companhias ao redor do mundo, situação que possivelmente trará um impacto negativo no faturamento, com reflexos em toda a cadeia econômica.

    A Toyota, que fechou a fábrica na cidade de Changchun, na província de Jilin, não deu um prazo para a retomada dos negócios. Já a Volkswagen pretende reabrir a fábrica na quinta-feira (17), mas essa previsão pode sofrer mudanças nas próximas horas ou dias.

    Ações em queda

    Com as unidades fechadas, muitas empresas já estão tendo desvalorizações, como é o caso da Shanghai Composite, que perdeu 5% no índice Hang Seng, onde estão listados vários gigantes da tecnologia chinesa.

    Apesar da situação alarmante, analistas acreditam que as empresas poderão gerenciar essas interrupções, principalmente pelo fato de já terem uma certa experiência diante dos aprendizados dos anos anteriores.

    “Esses bloqueios já aconteceram antes e [as cidades] foram reabertas em um curto período de tempo, uma vez que o número de casos de Covid estava sob controle”, disse Yeang Cheng Ling, estrategista sênior de investimentos do DBS Bank de Singapura, à BBC.

    A analista do UBS, Grace Chen, disse que o sinal de emergência já chegou a Xangai e áreas vizinhas, regiões que centralizam a fabricação de notebooks, servidores e dispositivos inteligentes. Escolas, restaurantes, shoppings e fábricas estão fechados.

    China covid 2021
    Cena de 2021 na cidade de Shanghai está prestes a se repetir; China vive nova onda de Covid-19 e casos batem recorde no país. Imagem: Robert Way/Shutterstock

    Retrocesso de dois anos

    A China está vivenciando uma semana tão caótica que a situação já é vista pelas autoridades sanitárias como um retrocesso de dois anos, o que influenciou na aplicação de medidas drásticas para tentar conter a propagação do vírus.

    Segundo o especialista em doenças infecciosas, Zhang Wenhong, os recentes surtos já são vistos como “o período mais difícil nos últimos dois anos de luta contra o coronavírus. E ele ainda fez um alerta em um post nas redes sociais:

    “Os casos podem estar no estágio inicial de um aumento exponencial”. Assim, as autoridades estão concentradas em esforços contínuos para recuperar a dinâmica de zero Covid, uma meta que ficou para trás desde a chegada da variante Ômicron.

    Via: BBC 

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