Atestado de Óbito Confirma Existência de Mãe Bonifácia e Anima Pesquisadores

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Descoberta Histórica Revela Detalhes da Vida de Mãe Bonifácia

Na Cuiabá colonial do século XIX, a figura de Mãe Bonifácia, uma mulher preta e livre, sempre intrigou pesquisadores e moradores. Agora, um recente achado documental confirmou a existência dessa importante figura histórica. O atestado de óbito de Bonifácia, encontrado por Neila Barreto e Nedson Capistrano nos arquivos da Cúria Metropolitana de Cuiabá, lança nova luz sobre a vida e morte dessa mulher que se destacou por ajudar escravos em fuga.

O Documento Histórico

Durante uma pesquisa sobre o Padre Ernesto Camilo Barreto, a escritora e historiadora Neila Barreto se deparou com um documento que atestava a morte de Bonifácia. O documento, datado de 19 de fevereiro de 1867, foi escrito pelo Cônego José Jacinto da Costa e Silva e descreve Bonifácia como uma mulher de 80 anos, solteira e natural de Cuiabá. Ela era escrava de Dona Leopoldina da Gama e Silva e foi sepultada no cemitério local.

Significado da Descoberta

“Encontrar este documento foi significativo, pois confirma que Bonifácia realmente existiu. Isso abre novas possibilidades para pesquisas futuras”, disse Neila Barreto. Francisco Chagas, que ajudou na tradução do texto através da paleografia, destacou a importância do achado para a história regional.

Contexto e Legado de Mãe Bonifácia

A vida de Bonifácia, conhecida por sua atuação na década de 1860 ajudando escravos a fugir, sempre foi cercada de histórias transmitidas oralmente. Segundo o professor Bruno Rodrigues, da Universidade Federal de Mato Grosso, Bonifácia desempenhou um papel crucial na resistência contra a escravidão em Mato Grosso.

Relatos de Francisco Ferreira Mendes, publicados na década de 60, também apontam que Bonifácia se sustentava dando aulas de costura e cultivando hortaliças. Segundo esses relatos, ela morreu vítima de varíola, contraída de soldados que retornavam da Guerra do Paraguai.

Impacto na Memória Coletiva

Mãe Bonifácia, ao longo dos séculos, tornou-se um símbolo de luta contra a injustiça social. O Parque Estadual Mãe Bonifácia, criado pelo então governador Dante de Oliveira em 2000, mantém viva a memória dessa figura histórica. No centro do parque, uma estátua de 3 metros, feita pelo artista Jonas Corrêa, retrata Bonifácia ajudando um escravo em fuga, perpetuando seu legado de resistência e solidariedade.

Fonte: BaixadaCuiabana

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