Aborto Gera Conflito Entre Itália e França no G7

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Premier Italiana Exige Retirada de Referências aos Direitos Reprodutivos no Texto Final da Cúpula

A Itália solicitou a remoção da referência ao “aborto seguro e legal” da declaração final da cúpula do Grupo dos Sete (G7) desta semana, provocando uma reação do presidente francês, Emmanuel Macron. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, acusou Macron de tentar ganhar pontos políticos antes das eleições na França, marcadas para o final deste mês.

Divergências Políticas e Impacto na Unidade do G7

A disputa entre Meloni e Macron, que possuem visões políticas contrastantes, minou os esforços para mostrar a unidade ocidental na reunião anual do G7, realizada este ano no sul da Itália. No comunicado do G7 de 2023, divulgado após a cúpula em Hiroshima, Japão, no ano anterior, houve um apelo ao “acesso ao aborto seguro e legal e aos cuidados pós-aborto”.

Diplomatas franceses e canadenses propuseram uma linguagem semelhante ou mais rigorosa durante as negociações antes da reunião de 2024, organizada pela conservadora Giorgia Meloni.

Resposta de Macron e Meloni

“Todos os outros países apoiaram a proposta, mas era uma linha vermelha para Meloni, por isso está ausente do texto final”, disse um diplomata à Reuters. Macron expressou pesar pela decisão e destacou a diferença de sensibilidades entre os países. “A França tem uma visão de igualdade entre mulheres e homens, mas não é uma visão compartilhada por todo o espectro político”, afirmou.

Contexto Político e Repercussões

Macron dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas após seu partido ser derrotado pela extrema-direita nas eleições da União Europeia. Meloni, que lidera um partido conservador com raízes neofascistas, já havia tido conflitos com Macron, especialmente em questões de imigração. Ela criticou a politização do fórum do G7 em tempos difíceis.

Posições de Outros Líderes e Continuidade de Compromissos

Um alto diplomata italiano confirmou a ausência da palavra “aborto” no comunicado final, mas afirmou que o G7 continua a apoiar os objetivos da Declaração de Hiroshima. Um alto funcionário dos EUA mencionou que o presidente Joe Biden também preferia manter a referência ao aborto no texto. Biden tem prometido restaurar o direito ao aborto nos EUA se for reeleito, enquanto Meloni é firmemente contra o aborto, revelando que sua mãe considerou abortá-la antes de decidir continuar com a gravidez.

Legislação Italiana e Controvérsia

A coalizão governante da Itália gerou polêmica ao aprovar uma legislação que permite a grupos que “apoiam a maternidade” entrar em clínicas de aconselhamento sobre aborto para dissuadir as mulheres de interromper a gravidez.

Fonte: CNNBrasil

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