A violência contra a mulher no Brasil registrou um aumento em 2023, conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024. O número de feminicídios subiu 0,8% em relação ao ano anterior, totalizando 1.467 mulheres mortas por razões de gênero. Além disso, houve um aumento nas taxas de registros de agressões em contexto de violência doméstica, ameaças, perseguição/stalking, violência psicológica e estupro.
A diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Samira Bueno, destacou que o crescimento dos feminicídios pode estar relacionado ao modo de registro das ocorrências ao longo dos anos. Desde o início da pandemia de Covid-19, houve um aumento expressivo nos registros de violência contra a mulher, com a maioria dos feminicídios ocorrendo dentro de casa.
O perfil das mulheres mortas de forma violenta permanece estável, com as principais vítimas sendo mulheres negras, com idade entre 18 e 44 anos. O relatório também aponta que os casos de feminicídio não são distribuídos de forma homogênea pelo país, com alguns estados apresentando taxas mais altas do que a média nacional.
Em 2023, o Brasil registrou um estupro a cada seis minutos, totalizando 83.988 vítimas. Outros crimes, como importunação sexual, assédio sexual e divulgação de cena de estupro/sexo/pornografia, também tiveram aumento nas taxas, conforme o relatório divulgado.
O Anuário ressalta a importância de combater a visão de que a violência é um fenômeno inevitável ou natural, destacando a responsabilidade masculina na perpetração da violência. É fundamental implementar políticas públicas eficazes e ações preventivas para combater esse problema social que afeta milhares de mulheres em todo o país.
Fonte: JovemPan