Caio Bonfim fez história ao conquistar a medalha de prata na marcha atlética 20 km nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O atleta brasileiro completou o percurso ao redor da Torre Eiffel em 1h19min09s nesta quinta-feira (01). O ouro foi para o equatoriano Daniel Pintado e o bronze para o espanhol Álvaro Martin.
Essa medalha representa uma redenção para Caio Bonfim, que ficou em quarto lugar na Rio 2016, apenas cinco segundos atrás do medalhista de bronze, o australiano Dane Bird-Smith. Nos Jogos de Tóquio, em 2021, seu desempenho foi abaixo do esperado, terminando na 13ª colocação.
“Depois de Tóquio, eu sentei comigo mesmo e falei: ‘E aí, cara, é isso mesmo que você pode fazer?’. Um cara perguntou: ‘Foi difícil essa prova?’. Não, difícil foi o dia que marchei na rua pela primeira vez e fui xingado. Falei para meu pai que estava pronto para ser marchador, foi dia que decidi ser xingado sem ter problema”, desabafou Caio emocionado após a prova.
Durante a competição, Caio saiu na frente do pelotão, mas cedeu posições enquanto controlava o ritmo. Na metade da prova, aos 10 km, ele liderava novamente. Aos 12 km, estava em 19º lugar, mas ainda perto do pelotão de elite. Aos 14 km, Caio acelerou e alcançou Daniel Pintado, sendo seguido de perto pelo italiano Massimo Stano, campeão olímpico em Tóquio, e pelo espanhol Álvaro Martin.
A última volta foi decisiva, com Pintado se distanciando na liderança e garantindo o ouro. Caio finalizou em segundo lugar, 14 segundos atrás do líder e dois segundos à frente do terceiro colocado.
Essa é a quarta participação de Caio Bonfim em Olimpíadas. Em Londres 2012, ele terminou a prova sendo carregado por uma cadeira de rodas devido à exaustão. “Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética. Valeu a pena pagar o preço. Hoje eu pude falar para meu pai e para minha mãe: ‘Nós somos medalhistas olímpicos’”, comemorou em lágrimas.
O Brasil também foi representado na prova por Matheus Correa e Max Batista, que terminaram em 28º e 39º lugares, respectivamente. Max Batista teve uma vitória ao conseguir participar da prova após ter que ir à Corte Arbitral do Esporte (CAS) devido a problemas com a bateria antidoping.
Fonte: JovemPan