O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, organizado pela Band na noite de quinta-feira (8), foi dominado por ataques pessoais e pouco conteúdo propositivo. Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, foi o principal alvo dos adversários, enquanto Pablo Marçal (PRTB) se destacou por seu comportamento destemperado, direcionando críticas e insultos a diversos candidatos.
O debate iniciou em clima acirrado, com Pablo Marçal, ex-coach e candidato do PRTB, adotando um tom agressivo desde o início. Ele atacou diretamente Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes, mas também mirou Tabata Amaral (PSB), a quem chamou de “para-choque de comunista” e “candidata fantoche”. As trocas de farpas entre Marçal e Tabata foram constantes, com a deputada criticando as propostas inusitadas do candidato, como a ideia de “carros voadores” e questionando suas credenciais.
Ricardo Nunes, como prefeito em exercício, enfrentou acusações que foram desde obras sem licitação até supostas conexões com o PCC através de empresas de ônibus. Nunes respondeu com calma, destacando realizações de sua gestão e rebatendo críticas, especialmente as de Boulos, a quem acusou de “não trabalhar” e de ter um histórico polêmico ligado a invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
José Luiz Datena (PSDB) tentou se posicionar como uma alternativa à polarização política, mas acabou se envolvendo em ataques, especialmente contra Boulos, a quem acusou de apoiar a ditadura na Venezuela. Datena também se uniu a Boulos nas críticas a Nunes, mencionando investigações ligadas ao prefeito.
Curiosamente, o debate teve poucas menções ao presidente Lula e ao ex-presidente Bolsonaro, contrariando as expectativas de uma polarização direta. Marçal tentou se posicionar como o candidato da direita, chamando Nunes de “falsa direita” e associando-o ao governo Lula. Boulos, por sua vez, fez questão de reforçar sua ligação com Lula e criticar a proximidade de Nunes com Bolsonaro.
O ponto mais tenso do debate ocorreu quando Tabata Amaral questionou Nunes sobre um boletim de ocorrência de violência doméstica registrado por sua esposa. Nunes negou as acusações e criticou a deputada por levantar o assunto, defendendo que a campanha não deveria ser um “vale tudo”. Regina Nunes, esposa do prefeito, estava na plateia e reagiu imediatamente, pedindo respeito.
Fonte: JovemPan