Embora tenha sofrido menos que seus pares nos últimos dias, o real tem o pior desempenho em 2024 no grupo das divisas mais relevantes
O dólar à vista iniciou a semana em alta, fechando a R$ 5,74 nesta segunda-feira (5). A moeda americana chegou a superar o nível psicológico de R$ 5,85 na primeira etapa de negócios, mas perdeu força ao longo da tarde devido à diminuição dos temores de recessão nos Estados Unidos. Apesar da valorização, o real apresentou o melhor desempenho entre seus principais pares, como o peso mexicano e o rand sul-africano, que registraram quedas de mais de 1% frente ao dólar.
A formação da taxa de câmbio foi fortemente influenciada pelo ambiente externo. O derretimento das bolsas asiáticas, com o índice Nikkei, no Japão, sofrendo sua maior queda diária desde outubro de 1987, impactou o mercado. O dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,8656, maior valor intradia desde 9 de março de 2021.
Na sexta-feira (2), a leitura do relatório de emprego nos EUA e os resultados abaixo do esperado das big techs elevaram a aversão ao risco. O índice VIX, que mede a volatilidade do mercado, subiu mais de 100%. Parte dos investidores especulou sobre a possibilidade de o Federal Reserve realizar um corte extraordinário na taxa de juros devido aos sinais de desaceleração da atividade econômica nos EUA. A busca por refúgio em Treasuries e no iene prejudicou especialmente as moedas de países com juros altos, abaladas pela reversão de operações de “carry trade” financiadas com empréstimos na moeda japonesa.
A febre compradora diminuiu no fim da manhã com a divulgação do índice de gerente de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA, que subiu de 48,8 em junho para 51,4 em julho, superando as expectativas dos analistas. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade econômica. Houve também uma moderação dos ganhos do iene em relação ao dólar e um menor apetite por Treasuries. Segundo operadores, o quadro externo menos tenso abriu espaço para a realização de lucros no mercado doméstico, especialmente no segmento futuro, com o contrato de dólar para setembro tocando terreno negativo.
Com mínima de R$ 5,7132, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7414, uma alta de 0,56%. Nos três primeiros pregões de agosto, a moeda americana já apresenta ganhos de 1,52%, elevando a valorização no ano para 18,30%. Embora tenha sofrido menos que seus pares nos últimos dias, o real tem o pior desempenho em 2024 entre as divisas mais relevantes.
Fonte: JovemPan